Jornada 6×1 perto do fim: o que diz o texto da proposta aprovada no Senado

Proposta avança no Senado e reacende debate sobre o fim da jornada 6×1. Entenda o que muda com a PEC

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Última atualização:  11 de dez, 2025 às 15:23
manifestacao sobre o fim da jornada 6x1 Foto: Bruno Santos /Folhapress

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou a PEC 148/2025, que reduz a jornada máxima de trabalho (6×1) e limita a semana laboral a cinco dias. O avanço coloca o tema no centro do debate e pressiona a Câmara, onde outra proposta segue parada.

O que diz o texto da PEC 148/2025 – fim da jornada 6×1

    • Redução imediata da jornada de 44 para 40 horas semanais no primeiro ano após a aprovação.
    • Queda de uma hora por ano até atingir 36 horas semanais em cinco anos.
    • Semana de cinco dias de trabalho e dois de descanso, preferencialmente sábado e domingo.
    • Sem redução salarial.

    O relator afirma que o atual modelo 6×1 provoca exaustão, aumenta riscos de acidentes e reduz a qualidade de vida. Segundo Carvalho, o país vive uma mobilização inédita por equilíbrio entre vida e trabalho, impulsionada pelo movimento “Vida Além do Trabalho”.

    A votação ocorreu de forma extra-pauta e por decisão simbólica. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou o procedimento e pediu nova rodada de debates no plenário. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), reagiu e lembrou que o assunto passou por três audiências públicas.

    O que diz o governo Lula

    O governo inicialmente apoiou o texto da Câmara, mas mudou de estratégia. Agora, segundo integrantes da equipe presidencial, o Planalto deve apostar na proposta com maior chance de aprovação.

    Guilherme Boulos, ministro da Secretaria-Geral, reforçou que a redução da jornada melhora produtividade ao permitir descanso e estudo. Ele afirmou que o governo seguirá o caminho mais rápido para alterar a legislação trabalhista.

    Resistências do setor produtivo

    Entidades empresariais afirmam que mudanças rígidas podem elevar custos e dificultar adaptações, especialmente entre micro e pequenas empresas.

    A Fecomércio e a CNI apontam que o Brasil não registra aumentos significativos de produtividade há décadas e que parte relevante das empresas não possui estrutura para reorganizar escalas sem impacto financeiro.

    Próximos passos

    Agora, a PEC segue para análise do plenário do Senado. Se aprovada, vai para a Câmara. Caso os deputados mantenham o texto sem mudanças, a proposta segue para sanção presidencial.

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    Pedro Gomes

    Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.