Black Friday 2025 cresce 2,4% e deve movimentar R$ 5,4 bilhões

A Black Friday 2025 deve movimentar R$ 5,4 bilhões no comércio brasileiro, o maior volume desde 2010, segundo a CNC.

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Última atualização:  27 de nov, 2025 às 13:46
Imagem 3D de uma etiqueta de preço preta com textura de fibra de carbono. A palavra "BLACK" está em branco e "FRIDAY" está em vermelho. Imagem: @xvector/Freepik

A Black Friday 2025 deve registrar um novo marco para o varejo brasileiro, com uma expectativa de movimentar R$ 5,4 bilhões apenas na data oficial, que ocorre em 28 de novembro. A estimativa foi divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e aponta para o maior volume de vendas desde o início da série histórica, em 2010. Mesmo em um cenário de endividamento elevado das famílias, a projeção revela que o consumidor brasileiro continua atento às oportunidades de compra — e o varejo, otimista com o potencial de crescimento.

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De acordo com a CNC, o valor previsto representa um avanço de 2,4% sobre o desempenho da Black Friday de 2024. Embora fatores como a inadimplência e o crédito caro sigam pressionando o orçamento doméstico, a Black Friday 2025 tende a se consolidar como uma das datas mais robustas do comércio brasileiro.

A Confederação reforça que esse desempenho só será possível porque a data se transformou em um dos principais eventos promocionais do calendário do varejo. Hoje, a Black Friday já ocupa a quinta posição entre as datas mais importantes, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. O consumidor, mais habituado às ações de desconto e mais conectado digitalmente, entra na campanha preparado para comparar preços e identificar ofertas reais.

O que impulsiona o crescimento das vendas

A alta esperada para a Black Friday 2025 resulta de uma combinação de fatores que favorecem o consumo. O primeiro deles é o câmbio mais favorável, que fortalece o poder de compra do real. Nos últimos doze meses, a taxa média de câmbio em relação ao dólar caiu 8,3%, uma mudança significativa em relação a novembro de 2024, quando a moeda americana custava cerca de R$ 5,80. Esse movimento reduz custos de importados e ajuda setores como eletroeletrônicos, utilidades domésticas e bens duráveis a oferecerem preços mais competitivos.

Outro elemento essencial é o mercado de trabalho aquecido. O Brasil vem registrando sucessivas quedas no desemprego, atingindo o menor patamar da série do IBGE. No segundo trimestre de 2025, a massa real de rendimentos avançou 5,5%, indicando que mais pessoas estão empregadas e com renda disponível. Esse cenário cria condições mais favoráveis para o consumo, mesmo em meio ao endividamento persistente das famílias.

Setores que devem liderar as vendas

Estima-se que 68% do faturamento total da Black Friday 2025 ficará concentrado em três grandes segmentos:

  • Hipermercados e supermercados – R$ 1,32 bilhão
  • Eletroeletrônicos e utilidades domésticas – R$ 1,24 bilhão
  • Móveis e eletrodomésticos – R$ 1,15 bilhão

Logo em seguida aparecem os ramos de vestuário e acessórios, com previsão de R$ 0,95 bilhão em vendas, e o setor de farmácias, perfumarias e cosméticos, com R$ 0,38 bilhão.

Essa distribuição mostra como o comportamento do consumidor brasileiro evoluiu ao longo dos anos. A Black Friday, antes associada quase exclusivamente a itens eletrônicos, tornou-se uma oportunidade ampla para compras de supermercado e reposição de itens domésticos — uma tendência que ganhou força durante a pandemia e se consolidou no pós-crise.

Black Friday 2025: descontos devem ser mais intensos

A CNC conduziu um levantamento com 150 itens de 30 categorias ao longo dos 40 dias anteriores ao evento para avaliar o potencial de descontos reais. O estudo identificou que 70% das categorias analisadas apresentam margem significativa para reduções de preço durante a campanha.

Entre os produtos com maiores quedas médias estão:

  • Papelaria: –10,14%
  • Livros: –9,02%
  • Joias e bijuterias: –9,01%
  • Perfumaria: –8,20%
  • Utilidades domésticas: –8,18%
  • Higiene pessoal: –8,11%

Declaração oficial reforça expectativa do varejo

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, afirmou que, mesmo em um ambiente econômico moderado, o consumidor brasileiro demonstra disposição para aproveitar a Black Friday 2025. Para ele, o câmbio favorável e o mercado de trabalho forte compensam parte do impacto do endividamento e ajudam o varejo a projetar um crescimento sólido.

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