O comércio varejista brasileiro registrou uma leve alta no 3T24, com as vendas subindo 0,3% em relação ao segundo trimestre. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 12 de novembro, refletem a recuperação gradual do setor, que engloba diferentes categorias e aponta um crescimento mais robusto quando se considera o varejo ampliado, com setores como materiais de construção, veículos e atacado alimentício.

As vendas do varejo no Brasil, considerando a série com ajuste sazonal, cresceram 0,3% entre julho e setembro de 2024 em comparação ao segundo trimestre do ano. Este índice demonstra uma recuperação moderada do setor, que ainda enfrenta desafios econômicos e variações no poder de compra dos consumidores. Em uma análise sem ajuste sazonal, isto é, sem descontar fatores sazonais como as variações de demanda típicas de cada época do ano, as vendas do comércio varejista apresentaram um crescimento anual de 4% em relação ao mesmo período de 2023.

No contexto do comércio varejista ampliado, que incorpora categorias adicionais como materiais de construção, automóveis e o atacado de alimentos, o crescimento foi mais expressivo. As vendas desse segmento aumentaram 1% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre de 2024. Esse desempenho reflete uma demanda mais forte em setores essenciais e investimentos em categorias que representam compras de maior valor, como veículos e insumos para construção.

Comparação com o 3T23

O varejo ampliado registrou um crescimento anual de 4,8% em relação ao terceiro trimestre de 2023, sem ajuste sazonal. Esse desempenho anualizado mostra que, embora a recuperação seja gradativa, o setor ampliado tem mantido uma trajetória de expansão ao longo do ano, beneficiando-se de setores específicos. O segmento de construção, por exemplo, tem sido impulsionado tanto pelo aumento das reformas quanto por novas construções em diversas regiões, enquanto o setor automotivo tem se beneficiado da demanda por veículos, especialmente no setor de transporte e logística.

Para o IBGE, esses números refletem tanto a resiliência do setor de varejo em tempos de oscilações econômicas quanto a influência de fatores sazonais e econômicos. A alta no segmento de veículos e materiais de construção aponta para uma recuperação de investimentos e um fortalecimento da confiança do consumidor em setores considerados essenciais.

Perspectivas para o setor varejista e ampliado

Com o cenário atual, a expectativa é que o setor varejista continue a crescer moderadamente no curto prazo, acompanhando a recuperação econômica. No entanto, fatores como inflação, taxa de juros e variáveis externas podem afetar o ritmo de crescimento. Para especialistas, o aumento de 1% no varejo ampliado é um sinal positivo para o mercado brasileiro, mas também indica que as políticas de incentivo e o controle da inflação são essenciais para sustentar essa recuperação.

Além disso, a sazonalidade do final de ano deve ajudar o setor a fechar 2024 com desempenho positivo. A temporada de compras de Natal e eventos como a Black Friday, que têm um forte impacto no varejo, especialmente em categorias de bens duráveis e produtos eletrônicos, podem contribuir para um resultado mais robusto.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.