Petrobras (PETR4) vai divulgar novo plano de negócios; mercado acompanha Capex e dividendos
Petrobras apresenta novo plano 2026–2030 nesta quinta (27). Expectativa é de cortes no Capex, ajustes de custos e impacto direto nos dividendos da PETR4.
iStock.com/Junior Pereira
A Petrobras (PETR4) divulgará nesta quinta-feira (27) o novo plano de negócios para o período de 2026 a 2030, documento considerado estratégico para o reposicionamento da companhia diante do cenário global de petróleo, das pressões políticas e das expectativas dos investidores.
O plano é visto como a bússola que definirá o comportamento da estatal nos próximos anos, especialmente em relação ao volume de investimentos (Capex), ao foco operacional e à política de dividendos, ponto mais sensível para o mercado desde 2023.
Nos últimos meses, análises de bancos e corretoras indicaram que a Petrobras deve adotar uma postura mais cautelosa.
O Itaú BBA estima a redução do Capex para cerca de US$ 106 bilhões no período, enquanto a Ágora trabalha com projeções ainda menores, próximas a US$ 98 bilhões. A expectativa de corte acompanha a queda do Brent, que operou grande parte de 2025 na casa dos US$ 60, bem abaixo dos níveis usados em planos anteriores.
Para especialistas, a companhia tende a adotar premissas mais conservadoras sobre preço do barril e demanda global.
Core Business da Petrobras será mantido?
Além da redução dos investimentos, o mercado observa se a Petrobras manterá o foco no core business (exploração e produção) ou se ampliará investimentos em áreas consideradas de retorno mais incerto, como refino, energias alternativas e projetos de transição energética.
Durante períodos eleitorais, historicamente, gestores públicos tendem a pressionar estatais a adotarem investimentos de impacto social, mas de baixa atratividade e longo prazo de retorno, o que aumenta o risco de deterioração de caixa.
Política de dividendos PETR4
Outra variável central é a política de dividendos. Com margens pressionadas e custos operacionais em alta, analistas passaram a projetar que a Petrobras poderá adotar uma política mais “longeva”, mas com valores menores, priorizando sustentabilidade em vez de distribuição agressiva. A Ágora, por exemplo, estima que, com cortes mais fortes no Capex e disciplina financeira, a estatal pode estender a política atual de proventos de dois para até cinco anos.
Especialistas também monitoram o Opex. Reduções consistentes nas despesas operacionais podem melhorar significativamente a precificação das ações, especialmente porque o mercado vem concentrando suas atenções apenas no Capex, sem considerar o peso do custo de produção. Uma surpresa positiva nessa frente poderia destravar valor.
No geral, o plano de negócios 2026–2030 chega em um momento decisivo. A Petrobras precisa equilibrar expansão, geração de caixa, disciplina de investimentos e pressão política. Para investidores de PETR4, o anúncio de hoje poderá redefinir a tese de médio prazo e influenciar a percepção de risco e retorno pelos próximos anos.
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