Hapvida (HAPV3) despenca mais de 30% após balanço fraco no 3T25
Resultados fracos e corte de recomendação de compra derrubam HAPV3.
Reprodução Hapvida
As ações da Hapvida (HAPV3) despencam na Bolsa nesta quinta-feira (13). Após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025, os papéis caíram 32,40%, sendo negociados a R$ 22,10 por volta das 10h50, contra R$ 32,18 no fechamento anterior.
Veja o gráfico que ilustra a queda:

O resultado da companhia veio bem abaixo das expectativas. A operadora de saúde reportou lucro líquido de R$ 338 milhões, queda expressiva frente às projeções de mercado. O Ebitda ajustado foi de R$ 613 milhões, retração de 20% em relação ao trimestre anterior e cerca de 25% abaixo das estimativas de bancos como BTG Pactual e Goldman Sachs.
A margem Ebitda ajustada recuou para 7,9%, afetada pelo aumento dos custos hospitalares e administrativos, além da sinistralidade caixa de 75,2%, 1,3 ponto percentual acima do trimestre anterior. O fluxo de caixa livre negativo e o aumento da dívida líquida para R$ 4,2 bilhões também pesaram na avaliação dos investidores.
JPMorgan muda recomendação para as ações Hapvida
Logo após o balanço, o JPMorgan rebaixou a recomendação das ações HAPV3 de overweight (compra) para neutra, reduzindo o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39.
O banco destacou que os resultados foram “fracos e abaixo das expectativas”, com o lucro por ação ajustado de R$ 0,22 representando uma queda de 38% frente ao ano anterior e 31% inferior às suas estimativas.
Entre os principais fatores para o desempenho ruim estão o aumento da frequência de sinistros, os custos mais altos com novas unidades, e a pressão operacional em meio à expansão da rede própria da Hapvida.
Para o JPMorgan, parte das dificuldades tende a continuar em 2026, já que os investimentos estruturais ainda não se traduziram em ganhos consistentes de eficiência e rentabilidade.
Vale a pena investir em HAPV3 agora?
Segundo analistas, o momento é de cautela. Embora a Hapvida mantenha uma posição relevante no setor de saúde suplementar e continue investindo em expansão e digitalização, o mercado vê desafios de curto prazo.
O BTG Pactual, que manteve recomendação de compra, cortou em 20% suas projeções de Ebitda para 2026 e reduziu o preço-alvo de R$ 67 para R$ 50, apontando menor confiança na tese de investimento.
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A combinação de sinistralidade elevada, despesas acima do esperado e fluxo de caixa negativo levanta dúvidas sobre a velocidade de recuperação da rentabilidade.
Para investidores, a HAPV3 segue como uma ação de alto risco no curto prazo, mas com potencial de valorização se a companhia conseguir ajustar custos e estabilizar margens operacionais ao longo de 2026.