Banco do Brasil (BBAS3) divulga seu balanço nesta quarta (12)
No segundo trimestre, o lucro líquido ajustado caiu 60%, para R$ 3,8 bilhões, refletindo a piora da carteira de crédito, especialmente no agronegócio e nas micro e pequenas empresas.
Foto: Adobe Stock
O Banco do Brasil (BBAS3) divulgará, na quarta-feira (12 de novembro), o balanço financeiro referente ao terceiro trimestre de 2025 (3T25). O anúncio será disponibilizado na página de Relações com Investidores (RI) da instituição, e deve atrair grande atenção de analistas e acionistas, especialmente após o fraco desempenho registrado no trimestre anterior.
No segundo trimestre (2T25), o banco reportou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, uma queda expressiva de 60% em comparação com o mesmo período de 2024. O resultado acendeu um alerta no mercado, que agora busca entender se o banco estatal será capaz de retomar sua rentabilidade e controlar o aumento da inadimplência.
A expectativa predominante é de um resultado ainda pressionado por provisões elevadas para devedores duvidosos (PDD), especialmente nas carteiras de crédito voltadas ao agronegócio e às micro e pequenas empresas (MPMEs) — segmentos que têm enfrentado maior risco de inadimplência neste ano.
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Lucro pressionado e rentabilidade em queda desafiam o Banco do Brasil
O Bradesco BBI projeta que o Banco do Brasil (BBAS3) pode ser o único grande banco a não apresentar crescimento anual no lucro neste trimestre. As principais razões são a deterioração da qualidade de crédito e a elevação contínua das provisões, que subiram cerca de 80% em 12 meses, alcançando quase R$ 14 bilhões.
Essa elevação reduziu significativamente o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que caiu de 21,6% no 2T24 para 8,4% no 2T25 — o nível mais baixo entre os grandes bancos do país. Segundo especialistas, recuperar a rentabilidade será essencial para sustentar o valor das ações do BBAS3 e restaurar a confiança do investidor institucional.
Outro indicador que deve receber atenção é o índice de inadimplência acima de 90 dias, que vem crescendo de forma constante e pode sinalizar novos desafios para o banco nos próximos trimestres.
Margem financeira e eficiência operacional entram no foco do mercado
A margem financeira bruta do Banco do Brasil, que ficou em R$ 25,1 bilhões no segundo trimestre, será observada de perto. O mercado quer saber se o banco conseguirá retomar o patamar de R$ 25,9 bilhões alcançado no mesmo período do ano passado.
No lado das despesas, as gastos administrativos e de pessoal somaram R$ 9,7 bilhões no 2T25, um aumento de 1,9% frente ao trimestre anterior. O controle de custos e a melhora da eficiência operacional são considerados pontos cruciais para preservar margens em um ambiente de crédito mais seletivo.
O retorno sobre investimento (ROI), mantido em 13,3%, também será acompanhado por analistas, já que indica o quanto o banco tem sido capaz de gerar valor a partir de seus recursos próprios, mesmo em um cenário de rentabilidade comprimida.
Dividendos e capitalização: política conservadora em pauta
Outro tema que promete atenção especial é a política de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). Após reduzir o payout de 40-45% para 30% no trimestre anterior, a diretoria do Banco do Brasil (BBAS3) deve explicar se essa estratégia de retenção de lucros continuará em vigor.
Com o índice de capital principal (CET1) em 10,97%, o banco tem adotado uma postura mais conservadora, priorizando a preservação de capital e a sustentabilidade financeira diante do avanço das provisões e do aumento da inadimplência.
A decisão reflete uma tentativa de equilibrar a solidez do balanço com a demanda dos acionistas por retornos mais elevados, especialmente após a queda significativa no lucro líquido.
Carteira de crédito mostra resiliência, mas setor agrícola preocupa
Mesmo em um cenário desafiador, o Banco do Brasil (BBAS3) continua ampliando sua carteira de crédito expandida, que somou R$ 1,29 trilhão no segundo trimestre, alta de 11,2% em 12 meses.
O destaque positivo está no crescimento das linhas para pessoas físicas e consumo, enquanto o agronegócio, historicamente um dos pilares da instituição, apresenta sinais de deterioração. A carteira agrícola, que alcançou R$ 400 bilhões, vem sendo impactada pela queda de preços de commodities e pelas dificuldades enfrentadas por produtores rurais em regiões afetadas por eventos climáticos.
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