As ações da Natura (NATU3) registram forte queda nesta terça-feira (11), após a empresa divulgar um prejuízo líquido consolidado de R$ 1,926 bilhão no terceiro trimestre de 2025. Por volta das 10h40, os papéis recuavam 17,8%, cotados a R$ 7,56.

O resultado representa uma redução de 71,2% em relação à perda de R$ 6,6 bilhões registrada no mesmo período de 2024. Apesar da melhora em termos comparativos, o desempenho ficou abaixo das expectativas do mercado, refletindo os desafios macroeconômicos na América Latina e as dificuldades na integração com a Avon.

O que pesou no balanço da Natura (NATU3)

Segundo a companhia, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 577 milhões, queda de 33,7% na base anual. Já a receita líquida recuou 13,1%, somando R$ 5,19 bilhões.

Os números foram afetados pela desaceleração das vendas no Brasil, pelos efeitos cambiais na Argentina e no México e pela falta de tração da marca Avon, apontam analistas.

Para a XP Investimentos, o trimestre foi complicado em todas as divisões. O cenário macro mais duro e a integração entre as marcas pesaram no desempenho. A corretora prevê melhora gradual no quarto trimestre, à medida que a “Onda 2” da fusão avança na América Latina e as ações de eficiência começam a surtir efeito.

Veja também:

É hora de investir em NATU3?

Os analistas estão divididos. A Ativa Investimentos, segundo o portal E-investidor, recomenda compra, com preço-alvo de R$ 15,00, apostando na retomada gradual da operação e no avanço da reestruturação.

Por outro lado, o Citi adota postura neutra, citando incertezas sobre margens, custos e ritmo de integração da Avon.

Em resumo, para investidores mais arrojados, a forte queda pode representar uma oportunidade de entrada a preços descontados. Já os perfis conservadores devem manter cautela até que a empresa apresente melhora consistente nos resultados.

Futuro da Natura (NATU3)

Com a venda de ativos e foco em eficiência operacional, a Natura tenta simplificar sua estrutura e reduzir endividamento, que ficou estável em R$ 4 bilhões no trimestre. Ainda assim, o cenário competitivo e as condições macroeconômicas seguem desafiadoras.

A expectativa do mercado é de que a empresa avance na recuperação de margens e retome crescimento orgânico em 2026. Até lá, volatilidade deve seguir como palavra de ordem para NATU3.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Linkedin

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.