A Sabesp (SBSP3) divulgou nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2025, seu resultado Sabesp 3º trimestre, registrando um lucro líquido ajustado de R$ 1,28 bilhão, valor que se manteve em linha com as projeções do mercado. A companhia, considerada a terceira maior empresa de água e saneamento do mundo, apresentou crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo estabilidade nas receitas e redução significativa de custos.

O desempenho operacional da Sabesp, medido pelo Ebitda ajustado, atingiu R$ 3,2 bilhões, alta de 14,7% em comparação ao terceiro trimestre de 2024. Analistas esperavam um Ebitda próximo de R$ 3,25 bilhões, segundo levantamento da IBES da LSEG. A receita operacional líquida ficou praticamente estável em R$ 5,47 bilhões, enquanto os custos e despesas ajustados caíram 16%, para R$ 2,26 bilhões, reforçando a eficiência da empresa mesmo diante de desafios climáticos recentes.

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Situação hídrica e estratégias de mitigação

O resultado Sabesp 3º trimestre chega em um momento crítico, já que o Estado de São Paulo enfrentou níveis mais baixos nos reservatórios, com 28,2% de armazenamento, abaixo dos 31,5% registrados no trimestre anterior. Essa situação foi causada em parte por chuvas abaixo da média.

O diretor financeiro, Daniel Szlak, destacou que, apesar do cenário, o ano hidrológico estava apenas começando e os mananciais já apresentaram elevação nos primeiros dias de novembro. Para reforçar a segurança hídrica, a empresa investe em obras estratégicas, incluindo projetos de reuso de água, recarga de mananciais e interconexão de reservatórios, que devem adicionar até 8 metros cúbicos por segundo de capacidade hídrica até 2026, dentro de um total estimado de 22 metros cúbicos por segundo até 2030.

A recente aquisição da Emae, em outubro de 2025, também proporcionou acesso ao reservatório da Billings, além de possibilitar maior aproveitamento hídrico a partir da despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, que poderão ser usados para recarga de mananciais ao longo da próxima década.

Expansão, universalização e metas

No trimestre, a Sabesp adicionou 91 mil novas ligações de água, 175 mil de esgoto e 350 mil para tratamento, superando as metas de universalização previstas para 2029. O atingimento já chegou a 141% em fornecimento de água, 125% em esgoto e 92% em tratamento.

Para cumprir suas metas até 2029, a companhia projeta investimentos de R$ 70 bilhões, dos quais R$ 13 bilhões já foram captados em financiamentos dentro de um total estimado entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões. Estes recursos serão direcionados para expansão da infraestrutura, obras de interligação de mananciais e melhoria da eficiência operacional, garantindo que o crescimento seja sustentável e seguro.

Estrutura financeira e captação de recursos

A Sabesp encerrou setembro com R$ 11,6 bilhões em caixa e uma alavancagem financeira de 1,9 vez medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, ante 1,7 vez no mesmo período do ano anterior. Szlak destacou que a empresa está realizando uma nova captação de R$ 5 bilhões, prevista para ser concluída até 14 de novembro, mas ressaltou que “não faz sentido captar todos os recursos de uma só vez, dado o custo elevado do dinheiro”.

Revisão tarifária e grandes consumidores

A primeira revisão tarifária após a privatização da Sabesp é aguardada pelo mercado e deve ser divulgada pela Arsesp entre o fim de novembro e o início de dezembro. Szlak explicou que o contrato da empresa considera a base de ativos e o uso do Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento (Fausp), o que deve suavizar os impactos nos reajustes futuros.

Em relação aos grandes consumidores, que anteriormente contavam com descontos nas contas, a companhia já arrecadou entre R$ 130 milhões e R$ 140 milhões no trimestre com o fim desses benefícios. Após a segunda fase de revisão prevista para o segundo trimestre, este tema deverá estar completamente resolvido.

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