Amazon (AMZO34) despenca ou decola? O futuro das ações após o corte de 30 mil funcionários
A Amazon anunciou a demissão de até 30 mil funcionários em áreas corporativas e logísticas, a maior rodada de cortes desde 2022.
Foto: David Becker/Getty Images
A Amazon (AMZO34) anunciou na última segunda-feira (27) um dos maiores cortes de pessoal de sua história recente: até 30 mil funcionários devem ser demitidos, atingindo especialmente áreas corporativas, administrativas e de logística. O número assusta, e reacende o debate sobre o que está acontecendo nos bastidores das big techs.
Durante a pandemia, a companhia viveu um crescimento explosivo, contratando em ritmo acelerado para atender à demanda recorde do e-commerce global. Agora, com o consumo se normalizando e os custos pressionando os lucros, a empresa decidiu “enxugar” a estrutura para manter a eficiência.
Mas a pergunta que o mercado se faz é: isso é um sinal de crise ou de maturidade?
O olhar do mercado: eficiência ou desespero?
Segundo Lucas Bosquesi, Assessor de Investimentos e Sócio InvestSmart, o mercado costuma interpretar layoffs com duas lentes diferentes.
No curto prazo, cortes de pessoal geralmente são vistos como uma medida positiva, já que indicam foco em eficiência e controle de custos. A Amazon, nesse sentido, estaria apenas ajustando o tamanho da operação ao novo momento econômico global.
“No curto prazo, o mercado tende a enxergar como algo bom, porque a empresa sinaliza foco em eficiência e redução de custos. No médio e longo prazo, tudo depende de como isso vai impactar os resultados operacionais”, explica Bosquesi.
AWS e o verdadeiro termômetro da Amazon
Embora o layoff chame atenção, o que realmente movimenta o preço das ações da Amazon é o desempenho da AWS (Amazon Web Services) — a unidade de computação em nuvem da companhia.
Na última semana, a divisão registrou queda de receita, um dado que preocupa mais do que os cortes de pessoal.
A AWS é hoje a principal fonte de lucro da Amazon e a nuvem mais utilizada do planeta, sustentando desde startups até grandes corporações. Ou seja, se a AWS balança, todo o império Amazon sente o tremor.
“Um corte de funcionários não pesa tanto quanto uma desaceleração da AWS. É ela quem dita o ritmo do valor de mercado da empresa”, complementa Bosquesi.
O contexto: não é só a Amazon
A onda de demissões não é um fenômeno isolado. Gigantes como Google, Meta, Microsoft e Tesla também vêm reduzindo seus quadros desde 2022. O objetivo é o mesmo: conter custos após o boom da pandemia e adaptar as estruturas à nova fase do setor tech, marcada por mais automação, IA e margens menores.
Essas movimentações mostram um amadurecimento do mercado de tecnologia, que busca crescer de forma mais sustentável, mesmo que, para isso, precise apertar o cinto.
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