A Embraer (EMBR3) divulgou nesta quinta-feira (2) que encerrou o terceiro trimestre de 2025 com a entrega de 62 aeronaves, número que representa alta de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado inclui 20 jatos comerciais, 41 executivos e uma aeronave de defesa, reforçando a presença da companhia brasileira nos três principais segmentos em que atua. Apesar da evolução, analistas consideram que a fabricante ainda caminha para atingir apenas a parte inferior de sua previsão anual de entregas.

Embraer entrega mais que em 2024, mas ritmo segue moderado

Entre julho e setembro de 2024, a Embraer havia entregue 59 aeronaves. Na comparação com 2025, o avanço foi sustentado pelo segmento comercial, com quatro unidades a mais, totalizando 20 jatos. Já na aviação executiva, o volume permaneceu estável em 41 entregas, enquanto a divisão de Defesa e Segurança apresentou retração, com apenas uma aeronave entregue, uma a menos que no ano anterior.

Esse desempenho mostra um crescimento consistente, mas ainda limitado, especialmente considerando o cenário global da aviação, que enfrenta desafios como cadeias de suprimento mais lentas e custos elevados de produção.

Aviação executiva mantém força com Phenom 300

Na aviação de negócios, a Embraer reforçou sua liderança com o Phenom 300, modelo considerado um dos mais vendidos da categoria. Foram 20 entregas do jato no trimestre, acima das 18 realizadas no 3T24. O desempenho confirma a atratividade do modelo para clientes corporativos e privados, principalmente no mercado norte-americano, onde a fabricante mantém posição de destaque.

A linha de jatos leves e midsize continua sendo um dos pilares de receita da companhia, já que atende uma demanda crescente de clientes que buscam maior flexibilidade em viagens regionais e internacionais.

Jatos comerciais têm E195-E2 como protagonista

No segmento de aviação comercial, a Embraer concentrou suas entregas no E195-E2, aeronave de nova geração que combina eficiência de combustível e maior alcance. No 3T25, foram 11 unidades entregues, número ligeiramente acima das 10 registradas no mesmo período do ano anterior.

O E195-E2 vem ganhando espaço em companhias aéreas que buscam reduzir custos operacionais e oferecer voos regionais com maior rentabilidade. A presença do modelo em diferentes mercados, incluindo América Latina e Europa, reforça a estratégia da Embraer de posicionar-se como alternativa competitiva frente a rivais internacionais.

Guidance da Embraer para 2025 segue inalterado

A fabricante brasileira reafirmou sua projeção para o ano: entregar entre 77 e 85 aeronaves comerciais e entre 145 e 155 executivas. Até setembro, o acumulado da Embraer alcançou 46 jatos comerciais, 102 executivos e 5 de defesa.

Se mantiver o ritmo atual, a companhia tende a cumprir apenas o piso de sua previsão, especialmente em relação à aviação executiva. Ainda assim, o guidance mostra confiança na demanda pelos principais modelos e na capacidade da empresa de superar restrições logísticas que afetam o setor aéreo.

Avaliação do mercado: resultado considerado “morno”

Apesar da alta no volume de entregas, o balanço trimestral não empolgou os analistas. O banco Citi classificou os números como “mornos”, avaliando que a companhia deve atingir apenas o limite inferior de sua projeção anual.

De acordo com os especialistas, se a Embraer mantiver no quarto trimestre um volume semelhante ao observado em 2024, dificilmente conseguirá superar a faixa mínima de seu guidance. A percepção reflete a cautela dos investidores quanto à execução operacional da empresa e ao impacto de fatores externos, como custos de insumos e oscilações cambiais.

Impacto nas ações da Embraer (EMBR3)

Na véspera da divulgação, as ações da Embraer (EMBR3) recuaram 5,82% na B3, após duas sessões seguidas de valorização. O movimento indica que parte do mercado já antecipava números mais modestos, mesmo diante da leve expansão nas entregas.

O comportamento dos papéis reforça a visão de que os investidores aguardam sinais mais claros de aceleração no ritmo de produção e maior previsibilidade quanto ao cumprimento das metas para 2025.

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