Shutdown nos EUA impacta passaportes e vistos no Brasil
O início de outubro foi marcado por um novo shutdown no Congresso Americano. A paralisação pode afetar viagens, serviços públicos e até vistos no Brasil.

Outubro começou um novo shutdown nos Estados Unidos, após o Congresso Americano não chegar a um acordo para prorrogar o orçamento federal. A paralisação, iniciada nesta quarta-feira (1º de outubro), suspende parte das atividades do governo e ocorre em meio a um impasse político entre democratas e republicanos.
No centro da disputa está a área da saúde: os democratas condicionam a aprovação do financiamento à extensão de programas de assistência médica prestes a expirar. Por sua vez, os republicanos, alinhados ao ex-presidente Donald Trump, defendem que saúde e orçamento sejam discutidos de forma separada.
Para eles, a estratégia dos democratas representa uma tentativa de usar o orçamento como moeda de troca, de olho nas eleições legislativas de 2026.
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Consequências do shutdown nos EUA
Com a suspensão dos gastos do Governo, milhares de servidores públicos ficam em licença sem remuneração. Já aqueles que atuam em serviços considerados essenciais seguem trabalhando, mas podem ter os salários congelados.
O setor de turismo é um dos primeiros a sentir os efeitos. A Administração Federal de Aviação (FAA) anunciou que cerca de 11 mil funcionários serão afastados. Enquanto isso, 13 mil controladores de tráfego aéreo terão de continuar operando sem pagamento. Panorama que aumenta o risco de atrasos em voos.
Os EUA já enfrentam déficit de aproximadamente 3.800 profissionais na área, o que amplia ainda mais as dificuldades.
Além disso, os principais pontos turísticos do país, como a Estátua da Liberdade, em Nova York, e o National Mall, em Washington, podem fechar temporariamente. Parques nacionais, museus e zoológicos federais também estão na lista de possíveis fechamentos.
Consequências do shutdown no Brasil
No Brasil, o impacto mais evidente pode aparecer na emissão de vistos e passaportes. A Embaixada dos Estados Unidos e os consulados informaram, em comunicado no dia 1º de outubro, que os atendimentos seguem “enquanto houver condições operacionais”.
No entanto, as representações americanas já alertam para limitações. Até mesmo a comunicação digital foi afetada: o perfil oficial da embaixada no Instagram não será atualizado com regularidade até a normalização do orçamento. Apenas informações urgentes, de segurança nacional, continuarão sendo publicadas.
Histórico de paralisações no Congresso dos Estados Unidos
O shutdown de outubro de 2025 não é o primeiro caso; ele representa o 21º fechamento parcial do governo federal desde 1976. Entre os episódios mais significativos, destaca-se o shutdown de 35 dias entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, o mais longo da história dos EUA, que resultou na suspensão de atividades essenciais e afetou milhões de cidadãos e servidores públicos. Esse episódio custou cerca de US$ 3 bilhões à economia, segundo o Congressional Budget Office.
Linha do tempo dos shutdowns nos EUA:
- 1976: Presidente Gerald Ford – 11 dias
- 1977: Presidente Jimmy Carter – 12 dias
- 1977: Carter – 8 dias
- 1977: Carter – 8 dias
- 1978: Carter – 17 dias
- 1979: Carter – 11 dias
- 1981: Presidente Ronald Reagan – 2 dias
- 1982: Reagan – 1 dia
- 1982: Reagan – 3 dias
- 1983: Reagan – 3 dias
- 1984: Reagan – 2 dias
- 1984: Reagan – 1 dia
- 1986: Reagan – 1 dia
- 1987: Reagan – 1 dia
- 1990: Presidente George H.W. Bush – 4 dias
- 1995: Presidente Bill Clinton – 5 dias
- 1996: Clinton – 21 dias
- 2013: Presidente Barack Obama – 17 dias
- 2018: Presidente Donald Trump – 3 dias
- 2018: Trump – várias horas
- 2019: Trump – 35 dias
- 2025: Trump – iniciado em 1º de outubro
*Histórico desenvolvido com informações do site USA Today