Banco do Brasil avalia IPO de unidade de consórcios para reforçar resultados
IPO no radar: Banco do Brasil mira o consórcio para turbinar resultados e virar o jogo em meio ao cenário desafiador do agro.
Foto: Divulgação Banco do Brasil
O Banco do Brasil (BBAS3) estuda abrir o capital de sua divisão de consórcios como forma de fortalecer o balanço e aumentar a flexibilidade de capital nos próximos anos. A sinalização foi feita durante o Dia do Investidor, realizado em 24 de setembro, em Nova York.
Segundo executivos, a subsidiária BB Consórcios é considerada um dos negócios mais rentáveis do grupo, respondendo por cerca de 2% das receitas e 4% do lucro líquido em 2024. O Goldman Sachs classificou a operação como “altamente lucrativa” e avalia que um IPO poderia destravar valor, seguindo o modelo de outras participações relevantes do banco, como BB Seguridade (BBSE3) e Cielo.
A Genial Investimentos estima que um eventual desmembramento da unidade ajudaria a mitigar pressões sobre o índice de capital principal (CET1) a partir de 2026, quando se espera aumento de exigências regulatórias e devolução de instrumentos híbridos.
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Contexto desafiador para o BB no agro
O anúncio vem em meio a um cenário de maior inadimplência no crédito rural, especialmente entre produtores de soja, milho e pecuária, concentrados no Centro-Oeste e Sul. Em junho, o saldo de inadimplência de 90 dias chegou a R$ 12,7 bilhões.
Para enfrentar o problema, o BB tem sido mais seletivo nos desembolsos, reforçado garantias e intensificado o uso de inteligência artificial na análise de crédito.
Política de dividendos BBSA3
A instituição reiterou que a geração orgânica de lucros segue como principal fonte de capital, mantendo o payout mínimo de 30% para dividendos. Embora tenha reduzido a distribuição para compensar impactos esperados em 2026, não descarta dividendos extraordinários se a rentabilidade melhorar.
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Como o mercado vê o IPO do BB Consórcios
Mesmo com o horizonte de curto prazo considerado desafiador por analistas como JPMorgan e XP Investimentos, parte do mercado enxerga oportunidade nas ações. O Morgan Stanley manteve recomendação de compra, destacando o potencial de retorno sobre patrimônio (ROE) de 15% para 2026.
Se concretizado, o IPO do BB Consórcios pode marcar uma das principais movimentações do Banco do Brasil para destravar valor de ativos e reforçar seu capital regulatório.
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