Tesouro Direto inicia setembro com taxas no maior nível desde abril
IPCA+ 2040 rende 7,28% ao ano e provoca perdas na marcação a mercado.
Foto: Adobestock
As taxas do Tesouro Direto abriram setembro em alta e alcançaram os maiores patamares desde abril de 2025. O movimento elevou a rentabilidade oferecida aos investidores, mas trouxe também fortes perdas na marcação a mercado.
O destaque ficou para o Tesouro IPCA+ 2040, que passou a oferecer retorno de IPCA + 7,28% ao ano, acima dos 7,13% registrados no último pregão de agosto. A disparada fez o preço unitário do título cair de R$ 1.629,19 para R$ 1.596,01, representando uma desvalorização de 2% em apenas um dia.
De acordo com especialistas, a pressão sobre os juros reais está ligada a fatores fiscais e políticos. O déficit primário de julho somou R$ 66,6 bilhões, superando as expectativas do mercado. Além disso, o cenário de incertezas políticas aumenta o prêmio de risco exigido pelos investidores.
“O quadro fiscal segue preocupante, com déficits elevados e crescimento da dívida pública. Nesse ambiente, a inflação tende a desacelerar mais lentamente, limitando o espaço para cortes de juros”, avalia Rafael Passos, analista da Ajax Asset, em depoimento ao investidor10.
Com a perspectiva de taxas altas por mais tempo, o Tesouro Selic continua sendo uma das opções mais defensivas entre os títulos públicos, já que acompanha a taxa básica de juros e oferece liquidez diária.
Taxas do Tesouro Direto em 1º de setembro de 2025
- Tesouro Prefixado 2028 – 13,28% ao ano
- Tesouro Prefixado 2032 – 13,82% ao ano
- Tesouro IPCA+ 2029 – IPCA + 7,79% ao ano
- Tesouro IPCA+ 2040 – IPCA + 7,28% ao ano
- Tesouro IPCA+ 2050 – IPCA + 7,09% ao ano
- Tesouro Selic 2028 – Selic + 0,05% ao ano
O desempenho confirma um início de mês volátil para a renda fixa pública, com oportunidades maiores para investidores de longo prazo, mas riscos de perdas no curto prazo para quem optar por resgates antecipados.
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