O julgamento de Jair Bolsonaro e de outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado começou nesta terça-feira (2/9), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O processo, considerado histórico, mobilizou tanto apoiadores quanto familiares do ex-presidente em Brasília, que classificam as acusações como perseguição política.

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Julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo

O STF iniciou às 9h desta terça-feira a primeira sessão para analisar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete integrantes de seu antigo governo. O grupo é acusado de tentar articular um golpe de Estado após as eleições de 2022, em que Lula foi eleito presidente.

As acusações incluem organização criminosa, dano ao patrimônio público, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e a própria tentativa de golpe de Estado. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o caso envolve membros da cúpula política e militar do governo, que teriam trabalhado de forma coordenada para impedir a posse do novo presidente eleito.

As sessões, transmitidas ao vivo pelo canal do STF no YouTube, estão distribuídas em diferentes datas:

  • 2/9 – 9h às 19h
  • 3/9 – 9h às 12h
  • 9/9 – 9h às 19h
  • 10/9 – 9h às 12h
  • 12/9 – 9h às 19h

Ao todo, a Corte reservou oito encontros para debater as acusações, considerando turnos da manhã e da tarde.

O Núcleo 1 e a denúncia da PGR

A denúncia apresentada pela PGR identifica os réus como integrantes do chamado “Núcleo 1”, considerado crucial no suposto plano golpista. Esse grupo, segundo a acusação, reunia assessores diretos de Bolsonaro, além de militares de alta patente, responsáveis por coordenar estratégias políticas e operacionais.

Para a PGR, a atuação desse núcleo visava criar condições para a manutenção de Jair Bolsonaro no poder, desconsiderando o resultado das urnas. Os crimes listados, somados, representam um dos julgamentos mais relevantes da história recente do STF, por tratarem diretamente da defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil.

Filhos de Bolsonaro reforçam apoio público

Na véspera do julgamento, os filhos do ex-presidente se manifestaram em defesa do pai. Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) afirmou ter viajado a Brasília para acompanhar o processo e chamou a denúncia de “ilegal e implacável perseguição política”. Em discurso, disse ainda que a “nação inteira sangra frente tanta covardia”, agradecendo às correntes de oração de apoiadores.

Carlos Bolsonaro (PL-RJ) também participou de uma vigília em frente ao local do julgamento. Ele ressaltou a importância da fé em momentos difíceis e agradeceu pessoalmente aos apoiadores presentes: “A vida é assim, a pessoa que não tem espírito é pobre e Deus fará justiça”, declarou.

Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) recorreu às redes sociais para publicar uma mensagem de apoio. Em sua postagem, destacou que o pai enfrentou diversas tentativas de derrubada ao longo da carreira política e sempre se reergueu mais forte, afirmando que “o povo brasileiro luta por você agora”.

Vigília de apoiadores em Brasília

Além dos filhos, centenas de apoiadores se reuniram na noite de segunda-feira (1º/9) em uma vigília de oração e manifestações em defesa do ex-presidente. O evento contou com cânticos religiosos, bandeiras do Brasil e discursos de solidariedade. Para os presentes, a acusação contra Bolsonaro simboliza uma injustiça e uma tentativa de enfraquecer o campo conservador no país.

Esse apoio popular tem sido um dos pontos centrais da narrativa bolsonarista, que insiste em caracterizar o julgamento como um processo político. Do lado contrário, juristas e analistas políticos argumentam que o caso representa um teste importante para a solidez das instituições democráticas brasileiras, uma vez que o STF está avaliando ações de um ex-chefe de Estado.

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