Mais Médicos: EUA revoga visto de brasileiros ligados ao programa; Lula responde
Após os EUA revogarem vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos, Lula respondeu com críticas firmes a Washington e a ‘Bolsotrump’. Como fica relação entre os países?
Lula inaugura fábrica da Hemobrás e rebate ações dos EUA. Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do programa Mais Médicos nesta quinta-feira (14), um dia depois de os Estados Unidos revogarem vistos de dois funcionários brasileiros ligados à iniciativa.
A declaração foi feita durante agenda em Pernambuco, na inauguração da nova fábrica de hemoderivados da Hemobrás, em Goiana, que vai produzir medicamentos para o SUS.
Em seu discurso, Lula ressaltou o papel estratégico do Mais Médicos para levar profissionais de saúde a regiões historicamente negligenciadas.
“Não era possível o Brasil continuar com a elite estudando fora enquanto o nordestino, sem recursos, não tinha chance de ser médico. O governo tem que tomar decisão para levar saúde a quem precisa”, afirmou.
“Mais Médicos é saúde onde antes não chegava”, afirma Lula
O presidente também destacou a importância prática do programa para atender áreas remotas e vulneráveis.
“Tem prefeito que não consegue pagar um salário de médico porque ninguém quer ficar confinado numa cidadezinha do interior. O Mais Médicos garante que essas comunidades tenham atendimento e que a saúde chegue onde antes não chegava”, disse.
Após a inauguração da Hemobrás, Lula visitou o hospital Ariano Suassuna, em Recife, para anunciar ações do programa Agora Tem Especialistas, e participou de cerimônia de regularização fundiária no bairro Brasília Teimosa.
“Bolsotrump”: Tensão na relação Brasil-EUA
Lula comentou ainda sobre a ofensiva comercial e diplomática de Washington contra o Brasil, afirmando que não vai ceder a pressões norte-americanas.
“Se os Estados Unidos não quiser comprar, tudo bem. Não vou ficar chorando, não vou ficar rastejando, a gente vende para outros países”, declarou.
O presidente contestou dados apresentados pelos EUA para justificar sobretaxas sobre produtos brasileiros, lembrando que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam superávit de mais de 400 bilhões de dólares no comércio bilateral.
Ele também rejeitou acusações de perseguição a ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de violações de direitos humanos no país.
Críticas a Eduardo Bolsonaro
No mesmo discurso, Lula fez críticas diretas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, sem citar nomes. “Mandou o filho para os EUA, vocês têm que pedir a cassação dele. Ele está traindo o País”, afirmou, classificando a atitude do congressista como “verdadeira traição à pátria”.
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