A Rio Tinto divulgou nesta quarta-feira (30) que registrou seu menor lucro semestral em cinco anos, impactada pela queda nos preços do minério de ferro e pelo aumento dos custos operacionais. A maior produtora mundial desse minério reportou lucros subjacentes de US$ 4,81 bilhões nos primeiros seis meses de 2025, representando uma queda de 16% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

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Desempenho financeiro: queda no lucro e dividendos

O resultado da Rio Tinto para o primeiro semestre ficou abaixo das expectativas do mercado, que estimava cerca de US$ 5,05 bilhões, segundo o consenso da Visible Alpha. Além disso, a mineradora anunciou o menor dividendo intermediário em sete anos, com US$ 1,48 por ação, contra US$ 1,77 pagos em 2024. Essa redução reflete a pressão dos preços mais baixos do minério de ferro, que caíram cerca de 15% no período, afetando diretamente a receita da empresa.

A diminuição dos preços do minério de ferro foi influenciada pela desaceleração da produção de aço na China, maior consumidora global, e pela ampliação da oferta nos mercados da Austrália, Brasil e África do Sul. Apesar disso, a Rio Tinto se beneficiou da alta nos preços de outros minerais, como cobre, bauxita, alumina, alumínio e ouro, que ajudaram a mitigar parcialmente o impacto da queda do minério.

Custos e operações em Pilbara: desafios e aumento dos gastos

Os custos unitários da Rio Tinto em suas operações de minério de ferro em Pilbara, na Austrália Ocidental, subiram para US$ 24,3 por tonelada métrica úmida (wmt), acima dos US$ 23,2 registrados no primeiro semestre de 2024. Esse aumento foi causado por embarques menores e pelo impacto de ciclones na região, que afetaram a produção e logística. Para o ano completo de 2025, a empresa mantém sua previsão de custos entre US$ 23 e US$ 24,5 por tonelada.

Pilbara permanece como o principal polo de produção da Rio Tinto, responsável por grande parte do minério exportado para a China e outras regiões. Apesar dos desafios recentes, a mineradora manteve sua meta de embarque para o ano dentro da faixa prevista, entre 323 e 338 milhões de toneladas.

Estratégia: foco em cobre e lítio para o futuro

Em meio ao cenário desafiador do minério de ferro, a Rio Tinto tem direcionado cada vez mais esforços para o cobre e o lítio, minerais essenciais para o mercado de energia renovável e baterias. O CEO que está deixando o cargo, Jakob Stausholm, destacou o crescimento da demanda por baterias estacionárias, que dobrou no último ano, impulsionando a recuperação dos preços do lítio após uma queda recente.

Stausholm ressaltou que a empresa está focada em aumentar a eficiência operacional e crescer sem ampliar sua base de custos, preparando o terreno para os próximos projetos nesses setores estratégicos. A partir de 25 de agosto, Simon Trott, atual chefe da divisão de minério de ferro, assumirá a liderança da mineradora.

Sustentabilidade e redução de emissões

Durante o mandato de Stausholm, a Rio Tinto avançou significativamente na agenda ambiental, comprometendo-se a reduzir suas emissões de carbono em 50% até o final da década. Essa meta faz parte de um esforço maior para alinhar suas operações às demandas globais por sustentabilidade. O CEO lembrou dos desafios enfrentados pela empresa, incluindo a polêmica destruição de um sítio aborígene importante, que marcou o início de sua gestão e reforçou a necessidade de responsabilidade social.

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