Virginia depõe na CPI das Bets nesta terça-feira no Senado
A influenciadora digital Virginia Fonseca foi convocada como testemunha pela CPI das Bets do Senado e presta depoimento nesta terça-feira (13).

A influenciadora digital Virginia Fonseca compareceu nesta terça-feira (13) à CPI das Bets, no Senado Federal, para prestar depoimento como testemunha sobre sua atuação em campanhas publicitárias para casas de apostas esportivas online. Durante a audiência, a empresária negou que seus contratos publicitários incluíssem a chamada “cláusula da desgraça” — termo que designa uma comissão paga ao influenciador com base nas perdas dos apostadores.
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CPI das Bets investiga influência de apostas online e atuação de influenciadores
A Comissão Parlamentar de Inquérito das Apostas Esportivas (CPI das Bets) foi instalada em novembro de 2023 e tem como objetivo apurar os impactos sociais e financeiros das apostas online, especialmente entre públicos vulneráveis, como jovens e pessoas com predisposição ao vício. A comissão também investiga a possibilidade de vínculos entre plataformas de apostas e organizações criminosas.
Na sessão de hoje, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, enfatizou que a intenção da comissão não é perseguir influenciadores, mas compreender os mecanismos de promoção de jogos de azar e os potenciais danos sociais associados.
“Ninguém ganha das bets; elas existem para ganhar em cima do apostador”, afirmou a senadora, chamando atenção para a gravidade do problema.
Virginia Fonseca nega irregularidades e diz que respeita diretrizes do Conar
Acompanhada do marido, o cantor Zé Felipe, Virginia chegou ao Senado pouco antes das 10h45. Durante seu depoimento, destacou que seus conteúdos sempre alertaram sobre os riscos das apostas e que jamais incentivou o jogo como fonte de renda.
“Quando eu posto, sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder”, disse Virginia aos parlamentares.
Ela também assegurou que seus contratos com empresas como a Esportes da Sorte não incluíam qualquer cláusula que a beneficiasse com base em perdas de usuários. Segundo a influenciadora, a remuneração era fixa, e havia um bônus atrelado apenas ao aumento do lucro da empresa — que, segundo ela, nunca chegou a ser acionado.
“Meu contrato era fixo, e se eu dobrasse o lucro, eu receberia 30% a mais. Mas isso não chegou a acontecer”, esclareceu.
A influenciadora ainda concordou em fornecer à CPI cópias dos contratos, que permanecerão sob sigilo por conterem cláusulas de confidencialidade.
Comissão também convocará outros influenciadores
Além de Virginia Fonseca, outros influenciadores estão sendo chamados pela CPI. Um dos próximos depoentes é Rico Melquiades, que será ouvido nesta quarta-feira (14). Ele é um dos alvos da Operação Game Over 2, conduzida pela Polícia Civil de Alagoas, que investiga a promoção irregular de jogos de azar por personalidades da internet.
Outra convocada foi Deolane Bezerra, que obteve autorização do STF para não comparecer ao Senado. A ausência reacendeu o debate sobre os limites da atuação de influenciadores nesse mercado.
A CPI das Bets continua ouvindo especialistas, representantes de plataformas e personalidades influentes, em uma tentativa de regulamentar o setor e proteger consumidores brasileiros.