Lucro bilionário da Caixa Seguridade não evita reação negativa do mercador
A Caixa Seguridade (CXSE3) reportou um lucro recorde de R$ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2025 (1T25), com dividendos robustos de R$ 930 milhões.

A Caixa Seguridade (CXSE3) reportou um lucro líquido recorde de R$ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2025, o maior da sua história para um primeiro trimestre. Além disso, a companhia anunciou o pagamento de dividendos robustos, totalizando R$ 930 milhões, o que equivale a 92,1% do lucro ajustado. No entanto, o mercado não reagiu da maneira esperada. As ações da Caixa Seguridade caíram 1,80% no Ibovespa, fechando a R$ 15,25 no dia 7 de maio. Apesar dos bons números, a performance da empresa ficou aquém das expectativas do mercado, especialmente devido ao desempenho decepcionante de alguns segmentos e ao aumento dos custos operacionais.
Desempenho da Caixa Seguridade no 1T25
O resultado positivo da Caixa Seguridade (CXSE3) foi impulsionado principalmente pelos segmentos habitacional e residencial, que mostraram crescimento substancial. O segmento habitacional, responsável por 41% dos prêmios da companhia, registrou alta de 12,4%, marcando 22 trimestres consecutivos de crescimento. Já o setor residencial teve um desempenho ainda mais impressionante, com um aumento de 26,5%, sustentado por vendas de apólices plurianuais e melhores taxas de renovação.
No entanto, o grande contraste veio do seguro prestamista, cujos prêmios emitidos caíram 33,3% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Essa queda foi uma surpresa negativa, principalmente considerando que o saldo de crédito cresceu a uma taxa de dois dígitos, conforme dados do Banco Central. A diminuição no volume de prêmios de seguro prestamista foi um dos principais fatores que impactaram a avaliação do mercado e causaram a queda nas ações da Caixa Seguridade.
Custo de serviços e aumento das despesas operacionais
Outro aspecto que não agradou os analistas foi o aumento significativo nos custos de serviços, que subiram 56,1% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Esse aumento foi impulsionado pelas comissões da força de vendas e pelo mix de produtos da companhia, refletindo no aumento das despesas operacionais. Além disso, a empresa enfrentou custos adicionais relacionados à sazonalidade do trimestre, como o pagamento de 13º salário e participação nos lucros.
Embora a Caixa Seguridade tenha conseguido manter sua rentabilidade operacional com um crescimento de 10,5% nas receitas operacionais, totalizando R$ 1,4 bilhão, a XP Investimentos apontou que os números ficaram abaixo das projeções. As receitas de participações societárias cresceram 8,5%, enquanto as receitas de comissionamento aumentaram 13%. Entretanto, a queda nos prêmios do seguro prestamista acabou prejudicando a performance geral da empresa.
Previdência, capitalização e consórcios
Apesar das dificuldades nos segmentos de seguro prestamista, a Caixa Seguridade se destacou em outras áreas. No setor de previdência privada, houve crescimento de 8,5% nas contribuições e de 12,1% nas reservas. O aumento no volume de reservas é particularmente importante, pois demonstra a capacidade da empresa em atrair novos clientes e reter os existentes.
A capitalização, por sua vez, teve o melhor trimestre da sua história em termos de captação de fundos, com um crescimento de 8,7% na comparação anual. A modalidade de pagamento mensal foi a grande responsável por esse desempenho, apresentando uma alta de 55,5%, o que resultou em um aumento de 30,7% na margem operacional da companhia. Esses números indicam uma gestão eficiente dos recursos, além de um potencial de crescimento no longo prazo.
O setor de consórcios também mostrou bom desempenho, com a Caixa Seguridade vendendo R$ 5,5 bilhões, um aumento de 37,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, houve uma retração de 17,5% em comparação com o trimestre anterior. O estoque de consórcios atingiu R$ 36,6 bilhões, o que representa um aumento de mais de 60% em relação ao 1T24.