Bolsas mundiais se recuperam após impacto das tarifas de Trump
Após dias de fortes quedas, as bolsas mundiais apresentaram sinais de recuperação nesta terça-feira (8),
Bolsas mundiais se recuperam após impacto das tarifas de Trump
Apesar do clima de tensão no comércio internacional, as bolsas mundiais mostraram sinais de recuperação na última terça-feira (8), após dias de fortes perdas. A reação dos mercados veio como resposta a ações coordenadas, especialmente na Ásia, para conter o pessimismo gerado pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Reação imediata dos mercados asiáticos impulsiona recuperação global
Após três dias de turbulência nos mercados globais, as bolsas asiáticas lideraram uma recuperação parcial. Na China, o governo lançou uma série de medidas para conter as perdas. Como resultado, os principais índices da China continental e de Hong Kong avançaram cerca de 1,5%. Em Tóquio, o índice japonês teve uma expressiva alta de 6%, revertendo parte do tombo dos dias anteriores.
A retomada no sentimento dos investidores também foi influenciada por declarações do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que anunciou a intenção de iniciar conversas com o Japão sobre tarifas, o que trouxe certo alívio ao mercado.
Bolsas europeias também reagem positivamente
Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx Europe 600 abriu em alta de 1%, com a maioria dos mercados da região operando no positivo. Apesar do alívio, o índice ainda acumula queda de cerca de 15% em relação ao seu pico registrado no início de março, demonstrando que a instabilidade ainda é uma preocupação latente.
Essa resposta positiva é um reflexo das medidas adotadas por governos e bancos centrais para proteger seus mercados das incertezas que surgiram após o anúncio de novas tarifas por parte dos Estados Unidos.
Guerra comercial pressiona mercados e amplia instabilidade
A tensão começou com o anúncio do presidente Donald Trump de novas tarifas sobre importações americanas: uma taxa-base de 10% e sobretaxas mais elevadas para dezenas de países. Em resposta, diversas nações, incluindo a China, reagiram com tarifas próprias sobre produtos dos EUA.
Na sexta-feira anterior, a China impôs tarifas de 34% sobre várias importações americanas. Em retaliação, Trump ameaçou aplicar um novo pacote de tarifas, podendo chegar a até 50% adicionais, com entrada em vigor prevista para quarta-feira.
Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 recuou 0,2% na segunda-feira (7), após uma sequência de negociações voláteis que chegaram a colocar o índice em território de mercado em baixa — definido como queda de mais de 20% em relação ao pico recente. Apesar disso, os futuros do S&P apontavam para uma recuperação de 1,5% na reabertura de quarta-feira.
Petróleo em queda reflete temor sobre crescimento global
A instabilidade também atingiu o mercado de energia. O petróleo tipo Brent, referência internacional, está sendo negociado por cerca de US$ 64 o barril, em comparação aos mais de US$ 80 observados há apenas três meses. A queda acentuada no preço do petróleo reflete a preocupação generalizada com uma possível desaceleração da economia global.
A maior preocupação dos investidores e analistas de Wall Street é que a escalada das tensões comerciais cause impactos duradouros no crescimento econômico mundial. O cenário é agravado pela falta de consenso entre os principais líderes globais e pela persistência das políticas protecionistas de Trump.
China atua para estabilizar o mercado interno
Mesmo com a escalada das tensões, a China deixou claro que não pretende recuar. Diversos órgãos governamentais e estatais anunciaram medidas para garantir a estabilidade dos mercados. O Banco Popular da China, por exemplo, se comprometeu a apoiar o Central Huijin Investment, braço do fundo soberano chinês, na ampliação de participações em fundos de ações.
Além disso, dezenas de empresas, muitas delas estatais, divulgaram planos de recompra de ações — uma prática que ajuda a sustentar os preços dos papéis no mercado. A recompra de ações é vista como uma ferramenta para conter a volatilidade e sinalizar confiança no desempenho das companhias a médio e longo prazo.