A Dasa (Diagnósticos da América S.A.) e a Amil Assistência Médica Internacional concluíram a fusão de suas operações hospitalares, consolidando a Ímpar Serviços Hospitalares como uma joint venture de controle compartilhado. Com essa movimentação estratégica, o novo grupo hospitalar passa a ter 25 hospitais, além de 6 clínicas oncológicas e 6 clínicas médicas, tornando-se o segundo maior conglomerado do setor no país.

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Nova estrutura e impacto da associação

A transação foi finalizada em 1º de abril de 2025, após aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em dezembro do ano anterior. A nova estrutura da Ímpar terá participação igualitária entre Dasa e Amil, cada uma com 50% do capital votante.

Como parte do acordo, a Amil realizou um aporte de capital na Ímpar, incorporando sua participação na Esho (Empresa de Serviços Hospitalares S.A.) e no Hospital Alvorada Taguatinga. Esses ativos fazem parte da Rede Américas, que concentra hospitais e clínicas oncológicas em diversas regiões do Brasil. No entanto, algumas unidades não foram incluídas no acordo, como o Hospital Promater, Hospital Monte Klinikum e Hospital Maternidade Santa Lúcia, no Nordeste.

Por sua vez, a Ímpar manteve suas operações e os ativos hospitalares recebidos da Amil, exceto o Hospital São Domingos, Hospital da Bahia e a AMO (Assistência Multidisciplinar em Oncologia), que permaneceram sob a administração da Dasa. Além disso, os imóveis do Hospital do Paraná e do Hospital Cristóvão da Gama Diadema foram desmembrados da Ímpar e passaram a ser geridos diretamente pela Dasa.

Efeitos financeiros da fusão

A união das operações entre Dasa e Amil gerou um faturamento líquido conjunto de R$ 10,6 bilhões em 2024. No entanto, a Ímpar Serviços Hospitalares assume um endividamento líquido de R$ 3,2 bilhões, composto por:

  • Dívida bruta de R$ 3,7 bilhões, incluindo impostos parcelados e aquisições pendentes;
  • Disponibilidade de caixa de R$ 500 milhões, que será utilizado para equilibrar as finanças da nova empresa.

Já para a Dasa, a transação representa uma redução estimada de R$ 3,5 bilhões na dívida líquida total. Esse efeito positivo ocorre devido aos recursos recebidos da Ímpar, além da exclusão de impostos parcelados e aquisições a pagar que permaneceram com a nova joint venture. Como parte da reestruturação financeira, a Dasa utilizará R$ 2,3 bilhões para antecipar o pagamento de debêntures das 18ª e 20ª emissões, reduzindo assim seu endividamento bruto.

Sinergias e integração operacional

Com o fechamento da fusão, as empresas iniciam a integração da Rede Américas, com foco em eficiência operacional e ganhos de escala. O objetivo é otimizar a estrutura administrativa e melhorar a gestão de custos nos hospitais sob o novo modelo de controle compartilhado.

Para garantir a transição segura das operações, foram assinados contratos estratégicos entre as empresas, incluindo:

  • Compartilhamento temporário de despesas: Acordo entre Ímpar, Dasa e Amil para cobrir custos operacionais de unidades que ainda não tiveram suas gestões completamente separadas.
  • Cobertura de despesas administrativas: A Dasa assumirá parte dos custos operacionais do Hospital São Domingos, Hospital da Bahia e AMO, que seguirão sob sua administração.
  • Locação de imóveis hospitalares: Contratos firmados para garantir o uso das unidades incorporadas à Ímpar, com locação gerida entre Dasa, Amil e acionistas da Dasa.

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.