Bolsa sobe com IPCA-15 abaixo do esperado e dólar avança para R$ 5,75
O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (27), impulsionado pela desaceleração do IPCA-15, que veio abaixo das expectativas do mercado.
B3 fecha em alta com apoio de ações da Vale, Petrobras e educacionais
O Ibovespa avançou nesta quinta-feira (27), impulsionado pela surpresa positiva com a prévia da inflação e pelo bom desempenho das commodities. O principal índice da Bolsa brasileira registrou alta de 0,47%, encerrando o pregão aos 13.148,75 pontos, o maior patamar desde setembro.
A valorização do mercado acionário ocorreu apesar das incertezas externas, especialmente em relação às tarifas de importação anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. Enquanto isso, o dólar subiu e fechou cotado a R$ 5,7533, refletindo o cenário global e a expectativa por novas definições na política econômica.
Inflação desacelera e surpreende o mercado
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,64% em março, abaixo do avanço de 1,23% observado em fevereiro e das projeções do mercado. Com esse resultado, a inflação acumulada no ano chegou a 1,99%, enquanto a taxa em 12 meses ficou em 5,26%.
A desaceleração do IPCA-15 trouxe um alívio para investidores, que acompanham de perto os impactos da política monetária do Banco Central. No Relatório de Política Monetária (RTM), anteriormente chamado de Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a instituição revisou sua projeção para a inflação em 2024, estimando uma taxa de 5,1%. Já a previsão para o crescimento econômico foi reduzida de 2,1% para 1,9%, refletindo um cenário de menor dinamismo na economia brasileira.
Dólar avança e encerra pregão acima de R$ 5,75
O dólar comercial registrou alta de 0,36% no dia, fechando a R$ 5,7533. A valorização da moeda norte-americana ocorreu em meio às incertezas globais e à expectativa de ajustes na política monetária do Federal Reserve (Fed).
A recente decisão dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais sobre produtos importados gerou preocupações nos mercados financeiros, impactando o câmbio. Investidores seguem atentos aos próximos desdobramentos, que podem influenciar a cotação da moeda no curto prazo.
Destaques do Ibovespa: Cogna dispara, CVC recua
No mercado acionário, a Cogna (COGN3) liderou as altas do dia, impulsionada por uma visão positiva do Bradesco BBI após reunião com executivos da empresa. O banco prevê um crescimento expressivo na receita e no Ebitda da companhia em 2025, o que gerou otimismo entre os investidores.
Por outro lado, a CVC (CVCB3) esteve entre as principais quedas, com os investidores reagindo ao balanço do quarto trimestre de 2024. O resultado da companhia dividiu opiniões entre analistas, resultando em um ajuste no preço das ações.
Empresas de peso no índice, como Petrobras (PETR4;PETR3) e Vale (VALE3), registraram alta próxima de 1%, acompanhando o desempenho positivo das commodities no mercado internacional.
Petróleo e minério de ferro em alta no mercado global
O petróleo Brent, referência para o mercado internacional, avançou 0,38% e fechou a US$ 73,34 o barril na Intercontinental Exchange (ICE). O movimento refletiu a expectativa de cortes na produção por parte da Opep+, além da recuperação gradual da demanda global.
O minério de ferro também apresentou ganhos, com o contrato para maio subindo 1,28%, sendo negociado a 789 yuans (US$ 108,55) por tonelada na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China. O aumento na cotação da commodity beneficiou ações de mineradoras, impulsionando o desempenho da Vale no pregão.
EUA: impacto das tarifas de Trump e crescimento do PIB
Nos Estados Unidos, o mercado financeiro reagiu à decisão do ex-presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 25% sobre montadoras estrangeiras. A medida afetou diretamente as ações de empresas como General Motors, Stellantis e Ford, que recuaram mais de 3% nas principais bolsas do mundo.
Por outro lado, a Tesla viu suas ações subirem mais de 6% durante o pregão, sendo considerada uma das principais beneficiadas pela nova política tarifária. Analistas avaliam que a empresa de Elon Musk pode ganhar competitividade frente a concorrentes internacionais.
Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada de 2,4% no quarto trimestre de 2024, conforme a terceira e última leitura divulgada pelo Bureau of Economic Analysis (BEA). O resultado reforça a resiliência da economia norte-americana, mesmo diante das incertezas sobre a política comercial do país.
Maiores altas do Ibovespa hoje (27)
| Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
| JBSS3 | +5.83% | R$ 41,95 |
| HAPV3 | +5.38% | R$ 2,35 |
| COGN3 | +5.15% | R$ 2,04 |
| YDUQ3 | +4.93% | R$ 12,14 |
| BEEF3 | +4.84% | R$ 6,07 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (27)
| Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
| POMO4 | -4.98% | R$ 6,68 |
| CVCB3 | -2.58% | R$ 2,27 |
| VAMO3 | -2.28% | R$ 5,15 |
| IRBR3 | -2.00% | R$ 51,57 |
| CPFE3 | -1.61% | R$ 37,80 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
| Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
| 🇧🇷 Bovespa | 133.149 | +629 | +0,47% |
| 🇧🇷 USD/BRL | 5,7477 | +0,0125 | +0,22% |
| 🇺🇸 S&P 500 | 5.693,31 | -18,89 | -0,33% |
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