Marfrig (MRFG3) salta 9%, e BRF (BRFS3) cai 3% após resultados do 4T24
Na quinta-feira (27), as ações da Marfrig (MRFG3) dispararam 9% após a divulgação de seus resultados do 4T24, superando as expectativas do mercado.

Na quinta-feira (27), os frigoríficos Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) registraram movimentos distintos no pregão, logo após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024. Enquanto a Marfrig surpreendeu positivamente, com uma alta de 8,90% em suas ações, a BRF teve uma queda de 3,21%, frustrando as expectativas do mercado.
Marfrig (MRFG3): resultados sólidos superam expectativas
A Marfrig apresentou um desempenho robusto no 4T24, com um EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 3% acima das expectativas do Itaú BBA. A companhia se beneficiou de suas operações premium e do modelo integrado de gado confinado, o que ajudou a manter margens mais saudáveis em um cenário de compressão de spreads nos mercados dos EUA e Brasil.
Apesar das margens mais estreitas nos EUA, a empresa conseguiu manter um nível mais saudável de performance na América do Sul, um fator que foi destacado pela XP Investimentos. A corretora também apontou que a Marfrig teve um bom trimestre em termos gerais, com o desempenho positivo na América do Sul compensando a queda na América do Norte. Além disso, a Marfrig anunciou um novo programa agressivo de recompra de ações, o que ajudou a impulsionar ainda mais os preços de suas ações.
Análise de especialistas sobre a Marfrig
Diversos analistas expressaram visões semelhantes sobre o desempenho da Marfrig. O Itaú BBA manteve a recomendação neutra para a empresa, com um preço-alvo de R$ 19, ressaltando que, embora o resultado tenha sido sólido, não há gatilhos de curto prazo para um crescimento acelerado. O cenário de margens mais baixas nos EUA continua sendo uma preocupação para o futuro.
A Genial Investimentos também manteve uma recomendação neutra para a Marfrig, mas observou que a performance consolidada, especialmente com a contribuição da BRF, torna o panorama mais favorável para a companhia. O preço-alvo foi ajustado para R$ 16, com a perspectiva de que a empresa ainda carece de catalisadores fundamentais para um crescimento mais robusto em 2025.
BRF (BRFS3): queda surpreendente após ano histórico
Por outro lado, a BRF, que havia registrado um desempenho excepcional em 2024, viu suas ações caírem após o anúncio de seus resultados do 4T24. Embora a receita tenha sido sólida, totalizando R$ 16,8 bilhões, com uma expansão de volume de 6% em relação ao ano anterior, a principal decepção foi a contração de margens. A margem bruta caiu 0,18 ponto percentual, resultando em um aumento de 6% no custo unitário.
A companhia ainda enfrentou desafios em relação aos custos mais altos de matéria-prima e mão de obra, o que impactou diretamente na rentabilidade. O EBITDA ajustado da BRF foi de R$ 2,8 bilhões, 6% abaixo das expectativas, o que pesou negativamente nas projeções de curto prazo.
Expectativas para a BRF: o que esperar para 2025
A XP Investimentos considerou que a queda da BRF no 4T24 pode ser interpretada como uma leve desaceleração após um ano excepcional, mas a corretora manteve a visão positiva para o futuro, ressaltando que a oferta e demanda de proteínas domésticas continua favorável ao repasse de preços. Além disso, a XP observou que a pressão dos custos de milho pode ser parcialmente mitigada por preços mais baixos do farelo de soja, o que ajudaria a melhorar a rentabilidade da BRF.
O BBI, por sua vez, mencionou que a maior decepção foi a compressão das margens, particularmente em função dos custos mais elevados. O time de análise da Genial Investimentos também ressaltou a contração maior do que o esperado nas margens, o que poderia afetar a percepção dos investidores sobre a empresa no curto prazo, apesar de uma receita líquida recorde.