IPCA-15 de fevereiro sobe 1,23% e fica abaixo da expectativa do mercado
O IPCA-15 de fevereiro registrou uma alta de 1,23%, ficando abaixo da previsão de 1,33%. O aumento foi impulsionado principalmente pelos grupos Habitação e Educação, com destaque para a alta nos preços da energia elétrica e reajustes anuais em cursos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, registrou uma alta de 1,23% em fevereiro de 2025, após um aumento modesto de 0,11% no mês anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número veio abaixo das estimativas de economistas, que previam uma elevação de 1,33%, conforme pesquisa realizada pela Reuters. Com isso, o índice acumulou uma variação de 5,08% nos últimos 12 meses.
Maiores influências no índice de inflação de fevereiro
Os resultados do IPCA-15 de fevereiro refletem a combinação de vários fatores que influenciaram o índice no mês. O grupo Habitação foi o principal responsável pela alta, com uma variação de 4,34%, contribuindo com 0,63 ponto percentual para o índice geral. A energia elétrica, que teve um aumento de 16,33% em fevereiro, foi o principal item de peso no setor de Habitação, compensando o recuo de janeiro (-15,46%), quando o bônus de Itaipu havia impactado as tarifas. Além disso, o reajuste nas tarifas de água e esgoto, registrado em algumas cidades, também pressionou o grupo.
Outro grupo que teve grande influência no aumento do IPCA-15 foi o de Educação, que subiu 4,78%, com impacto de 0,29 ponto percentual. A elevação dos preços foi impulsionada pelos reajustes anuais, comuns no início do ano letivo. Os cursos regulares, em particular, apresentaram um aumento de 5,69%, refletindo altas no ensino fundamental (7,50%), médio (7,26%) e superior (4,08%).
Variação de outros grupos de consumo e a alimentação
O grupo Alimentação e Bebidas subiu 0,61%, com destaque para a aceleração nos preços dos alimentos consumidos dentro de casa, que aumentaram 0,63%. No entanto, o aumento foi mais modesto em relação ao mês de janeiro, quando a alta foi de 1,10%. A cenoura (17,62%) e o café moído (11,63%) lideraram as altas, enquanto produtos como batata-inglesa (-8,17%) e arroz (-1,49%) apresentaram quedas.
No setor de alimentação fora do domicílio, o índice desacelerou de 0,93% em janeiro para 0,56% em fevereiro. A variação nos preços das refeições e lanches foi inferior à observada no mês anterior, com aumento de 0,43% e 0,77%, respectivamente.
O grupo Transportes, por sua vez, apresentou um aumento de 0,44%, com impacto de 0,09 ponto percentual no índice geral. A elevação nos preços dos combustíveis foi o principal responsável, com destaque para o aumento no preço do etanol (3,22%), óleo diesel (2,42%) e gasolina (1,71%). Por outro lado, o gás veicular teve uma redução de 0,41%, e as passagens aéreas caíram expressivos 20,42%.
O impacto do IPCA-15 sobre a inflação anual
Ao comparar com o mesmo período do ano passado, o IPCA-15 de fevereiro de 2024 foi de 0,78%. Além disso, o índice acumula uma variação de 4,96% nos últimos 12 meses, que ficou acima dos 4,50% registrados nos 12 meses anteriores.
Esse aumento nas variações anuais do IPCA-15 pode ser atribuído, em grande parte, ao impacto dos reajustes de preços em setores como Habitação e Educação, que pressionaram a inflação neste início de ano. Embora o resultado tenha ficado abaixo das expectativas do mercado, ele continua refletindo uma trajetória de inflação relativamente alta, com um impacto significativo nas finanças das famílias brasileiras.