O influenciador e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, foi declarado inelegível pela Justiça Eleitoral. A condenação ocorreu após ele ser acusado de vender apoio político durante a campanha de 2024. Além disso, Marçal propagou fake news sobre o fundo partidário, o que comprometeu a integridade do processo eleitoral. A decisão do juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1.ª Zona Eleitoral, abre caminho para um cenário conturbado, já que o ex-candidato planeja recorrer da sentença.

Venda de apoio político e condenação por abuso de poder

Pablo Marçal foi condenado por abuso de poder econômico e político, além de captação ilícita de recursos. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o influenciador ofereceu sua imagem e apoio para promover candidatos a vereador durante as eleições de 2024. A proposta era clara: por R$ 5 mil via Pix, Marçal se comprometeria a divulgar os candidatos, gravando vídeos para impulsionar suas campanhas.

A prática de oferecer apoio político por pagamento configura uma violação grave das normas eleitorais. O juiz Antonio Zorz destacou que a oferta foi levada a sério por candidatos a vereador, que realizaram doações confirmadas para a campanha de Marçal, o que teve um efeito potencialmente negativo sobre o processo eleitoral, distorcendo a confiança do eleitorado.

Fake News sobre o fundo partidário

Além das acusações de abuso de poder econômico, Marçal foi também responsabilizado por espalhar fake news. Em suas declarações nas redes sociais, o influenciador afirmou que estava concorrendo em uma eleição “desleal” porque não recebeu financiamento público do fundo eleitoral. Segundo ele, enquanto outros candidatos gastaram milhões em propaganda, ele não teve o mesmo tratamento.

A alegação de Marçal foi amplamente criticada, pois além de não ser verdadeira, criou uma narrativa que poderia gerar confusão e desinformação no eleitorado. O juiz também destacou que as declarações de Marçal “macularam a integridade do processo eleitoral”, ao tentar se colocar como vítima de um sistema supostamente injusto.

Esse tipo de discurso pode ter efeitos negativos, pois contribui para a desconfiança no processo democrático, prejudicando a legitimidade das eleições. Como a Justiça Eleitoral tem como uma de suas prioridades garantir a transparência e a veracidade das informações durante o período eleitoral, as atitudes de Marçal foram um ponto crucial para a condenação.

Possibilidade de recurso e reação de Marçal

Apesar da sentença, Pablo Marçal anunciou que recorrerá da decisão. Durante uma transmissão ao vivo realizada em 21 de fevereiro de 2025, ele afirmou que não chegou a realizar as gravações dos vídeos, pois sua equipe jurídica bloqueou a ação. Marçal justificou que a proposta de divulgação não foi materializada e que a decisão judicial foi baseada em uma falha no processo de execução de sua ideia.

Embora tenha expressado seu desejo de recorrer da sentença, é importante ressaltar que, até o momento, a decisão foi tomada em primeira instância. Assim, o caso ainda pode ser analisado e julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que poderá manter ou modificar a sentença, dependendo dos argumentos apresentados pela defesa de Marçal.