A PRIO (PRIO3), uma das principais petroleiras do Brasil, está prestes a celebrar uma década de operação no mercado de petróleo e gás. Com o foco em expansão e diversificação, a empresa se prepara para participar de um leilão de blocos exploratórios promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), previsto para junho de 2025. Essa será a primeira vez que a PRIO participa de uma licitação do tipo, marcando um novo capítulo em sua trajetória de crescimento no setor energético.

Participação no leilão da ANP

Com a licitação prevista para o meio do ano, a PRIO tem o objetivo de conquistar blocos exploratórios próximos aos seus ativos já existentes. A estratégia da empresa é buscar sinergias operacionais para aumentar a eficiência e a produção, aproveitando a infraestrutura já instalada em suas regiões de atuação.

“Queremos aproveitar o potencial de integração das nossas operações, o que vai nos permitir otimizar custos e aumentar a produção de maneira sustentável”, afirma Roberto Monteiro, presidente da PRIO. A expectativa é que a PRIO amplie sua atuação no Brasil, fortalecendo sua presença no mercado de petróleo e gás.

A participação no leilão faz parte de uma estratégia mais ampla da PRIO de crescer através de aquisições e expansão de suas operações. Em 2024, a companhia já fez um movimento importante ao adquirir 40% da fatia da Equinor no campo de Peregrino, consolidando ainda mais sua posição no setor de petróleo e gás.

O crescimento da PRIO

Nos últimos cinco anos, a PRIO passou por uma transformação notável. A empresa, que começou sua jornada em 2015 com uma produção de apenas 6 mil barris por dia (bpd) e 100 funcionários, hoje atinge uma produção de aproximadamente 120 mil bpd, com mais de 2 mil empregados.

Roberto Monteiro destaca o crescimento como um reflexo da estratégia bem-sucedida da companhia. “O setor de petróleo e gás está em processo de consolidação, especialmente entre as petroleiras ‘juniors’, e a PRIO tem se posicionado como uma das empresas mais sólidas e preparadas para crescer nesse ambiente”, comenta. Para ele, a evolução da PRIO é apenas o começo, com novas aquisições e operações ainda por vir.

Desafios com licenciamento ambiental e catalisadores para a valorização das ações

Apesar de seus avanços, a PRIO ainda enfrenta desafios, principalmente em relação ao licenciamento ambiental, um processo essencial para a continuidade das suas operações. A liberação de licenças pendentes pelo Ibama tem sido um gargalo para a empresa, afetando a produção de campos estratégicos, como o de Wahoo, e o campo de Tubarão Martelo, onde a produção está abaixo do esperado devido à falta de autorização para a troca de equipamentos.

No entanto, Roberto Monteiro acredita que a resolução desses problemas será um dos principais catalisadores para a valorização das ações da PRIO no mercado. “A falta de pessoal no Ibama tem sido um obstáculo, mas estamos confiantes de que a liberação das licenças ambientais será o ponto de inflexão para as nossas ações”, afirmou.

O impacto dos projetos Wahoo e Albacora Leste

O projeto Wahoo, que está sendo aguardado com grande expectativa pela PRIO, é um dos maiores investimentos da empresa no momento. O licenciamento para a perfuração de até seis poços e a instalação das linhas de produção é considerado essencial para o futuro da companhia. O custo total do projeto é estimado em US$ 800 milhões, com já US$ 600 milhões gastos em equipamentos.

Além disso, a PRIO já está se preparando para outro grande projeto, o redesenvolvimento do campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos. Roberto Monteiro vê o potencial do campo de Albacora Leste como semelhante ao do campo de Frade, que teve uma revitalização bem-sucedida, passando de 17 mil bpd para 60 mil bpd. “Em 2025, nosso foco será Wahoo, e em 2026, Albacora”, antecipou o presidente da empresa.