Bolsonaro deve ser julgado no STF por suposta tentativa de golpe de estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado pelo STF, acusado de tentativa de golpe de Estado, após ser indiciado pela Polícia Federal.
Bolsonaro deve ser julgado no STF por suposta tentativa de golpe de estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentará um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado, conforme indiciamento realizado pela Polícia Federal (PF). A denúncia será apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve encaminhá-la à Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. O caso envolve crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, sendo uma das acusações mais graves já feitas contra um ex-presidente da República.
Jair Bolsonaro, juntamente com 36 aliados, foi indiciado pela PF em novembro de 2024 por envolvimento em um suposto esquema golpista. O ex-presidente, que já foi alvo de diversas investigações, agora enfrenta acusações de conspiração para derrubar o sistema democrático do Brasil. A Polícia Federal concluiu que Bolsonaro teria participado ativamente da articulação de um golpe, com a elaboração de um decreto golpista, e possivelmente teria conhecimento de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
A PGR está preparando múltiplas denúncias para serem apresentadas ao STF, separando as acusações em diferentes “núcleos” da organização criminosa, o que inclui outros envolvidos de alto escalão, como os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno. Embora a investigação tenha avançado, Bolsonaro ainda goza da presunção de inocência, e a defesa aguarda o prosseguimento do processo para se posicionar formalmente.
A acusação de tentativa de golpe de Estado será analisada pela Primeira Turma do STF, caso a denúncia siga o trâmite normal. O julgamento de Bolsonaro será conduzido por uma turma composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. O caminho natural é que a Primeira Turma aprecie o caso, mas aliados de Bolsonaro têm defendido que a defesa do ex-presidente solicite que o caso seja levado ao plenário, buscando um julgamento mais favorável, com a participação de ministros como Nunes Marques e André Mendonça, indicados durante a gestão de Bolsonaro.
A decisão sobre manter o julgamento na Primeira Turma ou levá-lo ao plenário será tomada pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito. Caso o caso seja mantido na Primeira Turma, isso pode acelerar o processo, enquanto a convocação do plenário pode prolongar o julgamento.
O indiciamento de Bolsonaro está relacionado ao chamado “inquérito do golpe”, uma investigação conduzida pela PF para apurar a tentativa de desestabilização do regime democrático brasileiro. Segundo o relatório da PF, o ex-presidente teve conhecimento e possivelmente participou da elaboração de um plano para destituir o governo eleito, que culminaria na instalação de um regime autoritário no Brasil. Entre as provas apresentadas estão conversas de celular, vídeos, gravações e até a delação premiada de Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro.
Entre os documentos mais relevantes está uma minuta de decreto golpista, que, segundo a PF, foi redigida e ajustada por Bolsonaro. O conteúdo desse decreto indicaria a intenção do ex-presidente de tentar contestar os resultados das eleições de 2022, colocando em risco o Estado Democrático de Direito. Além disso, os indiciados também são acusados de envolvimento em uma organização criminosa que tinha como objetivo minar as instituições do Brasil e promover um golpe de Estado.