IGP-M registra desaceleração de 0,83% na 1ª prévia de dezembro, aponta IBGE
Na primeira prévia de dezembro, o IGP-M apresentou uma desaceleração de 0,83%, abaixo da alta de 0,99% observada em novembro.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma desaceleração significativa, atingindo 0,83% na primeira prévia de dezembro, conforme divulgado nesta terça-feira (10) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O desempenho do índice é inferior à alta de 0,99% observada na mesma prévia do mês anterior, em novembro. A queda nas taxas de variação foi generalizada, afetando todos os componentes do IGP-M, o que pode trazer reflexos no mercado e nos custos de produção, construção e consumo no Brasil.
O que impulsionou a desaceleração do IGP-M em dezembro?
O IGP-M é um indicador crucial para entender a variação de preços em diferentes setores da economia brasileira. Neste mês, todos os índices que compõem o IGP-M apresentaram uma desaceleração, refletindo uma perda de força na inflação geral observada.
A principal componente do IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), teve uma desaceleração significativa. Após registrar 1,25% na primeira prévia de novembro, o IPA-M passou para 1,09% em dezembro. Esse componente mede a variação de preços no atacado e impacta diretamente os custos de produção das indústrias e outros setores do mercado.
Além disso, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC-M) também perdeu força, passando de 0,59% em novembro para 0,52% na primeira prévia de dezembro. Esse índice é relevante para acompanhar os custos da construção civil e as variações nos preços de materiais e serviços nesse setor.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), que mede a inflação para o consumidor final, apresentou uma desaceleração expressiva. Em novembro, o IPC-M havia subido 0,22%, mas nesta primeira prévia de dezembro a variação foi de apenas 0,03%. Esse resultado sugere uma contenção no aumento dos preços dos bens e serviços que afetam diretamente o orçamento das famílias.
Impacto da desaceleração do IGP-M nos diferentes setores
A desaceleração do IGP-M tem um impacto direto no mercado, especialmente em áreas como a construção civil, a produção e o consumo. Para o setor de construção, a variação mais baixa no INCC-M pode indicar uma diminuição dos custos com materiais e serviços, o que pode refletir na redução dos preços dos imóveis ou nas condições de financiamento.
No setor industrial, a desaceleração do IPA-M pode sugerir uma estabilidade nos preços dos insumos, o que pode influenciar os custos de produção. Isso é importante, pois preços mais estáveis ajudam a controlar a inflação e podem beneficiar tanto os consumidores quanto os produtores.
No entanto, a desaceleração do IPC-M, embora pareça uma boa notícia para o bolso do consumidor, também reflete uma redução no poder de compra. Esse fenômeno pode estar relacionado a uma diminuição na demanda por produtos e serviços, possivelmente afetando o consumo interno e os resultados do varejo.
Perspectivas para a inflação e o mercado em 2024
A desaceleração do IGP-M, observada nesta primeira prévia de dezembro, é um reflexo de um contexto econômico mais amplo. Os analistas acreditam que esse resultado pode indicar um alívio nos pressões inflacionárias, o que pode contribuir para a estabilização da economia nos próximos meses. Entretanto, a manutenção desse cenário depende de fatores como a evolução da política monetária do Banco Central, as condições de oferta e demanda nos setores de produção e consumo, e a dinâmica internacional.
A redução dos índices de preços ao consumidor e da construção civil pode ser um sinal de que o Brasil está conseguindo controlar as pressões inflacionárias em um cenário global de alta nos preços de commodities. No entanto, ainda existem desafios pela frente, como o impacto de possíveis mudanças nas políticas fiscais e monetárias.