Itaúsa (ITSA4) pode distribuir dividendos adicionais aos acionistas no início de 2025
A Itaúsa (ITSA4) anunciou que pode distribuir dividendos extraordinários aos seus acionistas no início de 2025, com base na boa performance das suas empresas controladas, como o Itaú Unibanco (ITUB4).
Itaúsa (ITSA4) anuncia pagamento das frações de ações decorrente de bonificação
A holding Itaúsa (ITSA4), controladora do Itaú Unibanco (ITUB4), tem perspectivas de distribuir dividendos extraordinários aos seus acionistas no início de 2025, conforme revelado pelo presidente-executivo da companhia, Alfredo Setubal, nesta terça-feira (12). A expectativa de uma distribuição adicional de dividendos reflete a boa performance das empresas controladas pelo grupo, além de um cenário financeiro favorável que permitiria o aumento na distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos.
Possibilidade de dividendos adicionais e aumento de capital
A Itaúsa anunciou que a distribuição de dividendos adicionais poderá ocorrer no início de 2025. Segundo Alfredo Setubal, as empresas do grupo estão registrando resultados financeiros mais robustos, o que pode levar ao pagamento de JCP e dividendos mais elevados em comparação com 2024. Além disso, Setubal destacou que, caso o Itaú Unibanco também distribua dividendos extraordinários, a holding repassará esses valores aos seus acionistas.
“As empresas estão indo melhor, e a perspectiva é que paguem mais JCP e dividendos em relação a 2024”, disse Setubal, indicando um crescimento contínuo no desempenho da holding. A medida de distribuir dividendos extraordinários visa beneficiar diretamente os acionistas da Itaúsa, mantendo o compromisso com a geração de valor para os investidores.
No contexto de dividendos, a Itaúsa também anunciou um aumento de capital no valor de R$ 7 bilhões, aprovado pelo seu conselho de administração. A proposta de bonificação de ações é a emissão de cinco novas ações para cada 100 papéis detidos pelos investidores, uma medida que visa aumentar o número de ações em circulação e reforçar a estrutura de capital da holding. A bonificação é um indicativo da confiança da empresa na continuidade do seu crescimento e no retorno positivo aos acionistas.
Itaúsa segue em busca de novas oportunidades de investimento
Além de boas notícias para os acionistas, Setubal também fez questão de destacar a busca contínua da Itaúsa por novas oportunidades de investimento. No entanto, ele apontou que a atual conjuntura de juros elevados no Brasil tem dificultado a viabilidade de novos aportes. A holding tem uma série de acordos de confidencialidade (NDAs) em andamento e está analisando cerca de 12 a 15 empresas para possíveis aquisições ou parcerias estratégicas.
Setubal enfatizou o interesse da Itaúsa pelo agronegócio, setor em que a holding ainda não encontrou oportunidades de investimento concretas, mas continua buscando. Essa busca por novos investimentos reflete o posicionamento da Itaúsa em continuar se expandindo, mas sem comprometer a rentabilidade e os retornos esperados pelos acionistas.
Aposta no setor industrial e de consumo
Outro ponto importante mencionado por Setubal foi a continuidade das apostas da Itaúsa em empresas do setor industrial e de consumo. Apesar de a holding ter se voltado mais para o setor de infraestrutura nos últimos anos, o presidente-executivo afirmou que empresas como Dexco (DXCO3) e Alpargatas (ALPA4) continuam sendo vistas como boas oportunidades de médio prazo. A aposta está fundamentada na expectativa de uma redução da inflação no Brasil, o que poderia beneficiar o desempenho dessas empresas.
“A longo prazo, as empresas industriais devem voltar a ter rentabilidade acima do custo de capital”, afirmou Setubal, destacando que o atual cenário econômico é temporário e que, no médio prazo, é possível esperar um retorno mais robusto para os acionistas. Esse otimismo vem acompanhado de uma visão positiva sobre a inflação, com a expectativa de que ela permaneça dentro dos limites da meta, o que deverá contribuir para a melhoria do ambiente econômico.
Desafios fiscais e tributários no Brasil
Por fim, Setubal também abordou os desafios fiscais e tributários enfrentados pelas empresas brasileiras, que dificultam a competitividade no mercado internacional. O executivo mencionou a possibilidade de criar uma estrutura fora do Brasil para viabilizar investimentos internacionais, algo que, segundo ele, ainda está em desenvolvimento.
O Brasil, com alíquotas tributárias elevadas, especialmente para empresas financeiras, torna-se um ambiente desafiador para a expansão internacional de empresas locais. “A maioria dos países tem alíquotas de 20% em impostos sobre as empresas, enquanto no Brasil, a alíquota chega a 34% para empresas não financeiras e 45% para companhias financeiras”, afirmou Setubal. Isso dificulta a competitividade das empresas brasileiras, como a Itaúsa, em um cenário global onde outras nações apresentam um ambiente tributário mais atrativo.