Adidas e Kanye West chegam a acordo para encerrar processos após polêmica

A Adidas anunciou um acordo extrajudicial com o rapper Ye, anteriormente conhecido como Kanye West, encerrando todos os processos legais entre as partes.

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Última atualização:  29 de out, 2024 às 14:53
Adidas e Kanye West chegam a acordo para encerrar processos após polêmica Adidas e Kanye West chegam a acordo para encerrar processos após polêmica

Nesta terça-feira (29), a Adidas anunciou que chegou a um acordo extrajudicial com o rapper Ye, anteriormente conhecido como Kanye West, encerrando todos os processos legais que os ligavam. Este desfecho ocorre após um período conturbado que começou em 2022, quando a gigante do vestuário esportivo decidiu romper sua parceria com Ye devido a comentários antissemitas feitos pelo artista. Com isso, ambas as partes podem finalmente seguir em frente, marcando o fim de um capítulo complexo na história da colaboração entre a Adidas e o rapper.

A parceria entre a Adidas e Ye, que resultou na famosa coleção de tênis “Yeezy”, foi um marco na indústria da moda e ajudou o rapper a se tornar bilionário. No entanto, em outubro de 2022, a Adidas decidiu encerrar o contrato após os comentários polêmicos de Ye, que geraram forte repercussão negativa e consequências financeiras. Essa decisão desencadeou uma série de processos judiciais bilionários que se arrastaram por cerca de dois anos.

Durante uma teleconferência com jornalistas, o CEO da Adidas, Bjorn Gulden, esclareceu que o acordo foi um processo de entendimento mútuo. “Não há mais questões em aberto, e não há dinheiro indo para nenhum dos lados”, disse ele, enfatizando que a decisão de encerrar as disputas foi tomada em conjunto. Ambas as partes concordaram que não havia mais necessidade de brigar, resultando na retirada de todas as reivindicações legais.

O acordo marca um importante passo para a Adidas, que poderá focar em sua recuperação financeira após o impacto negativo do rompimento. A marca ainda possui um estoque considerável de produtos da linha Yeezy, estimado em 1,2 bilhão de euros (aproximadamente R$ 7,3 bilhões). A empresa já anunciou que planeja vender os itens restantes e destinar parte dos lucros a organizações que combatem o racismo e o antissemitismo.

O CEO da Adidas destacou a importância de seguir em frente após as tensões geradas. “Havia tensões em muitas questões e… quando você coloca as reivindicações do lado direito e as reivindicações do lado esquerdo, ambas as partes disseram que não precisam mais brigar e retiraram todas as reivindicações”, completou Gulden.

Desde seu lançamento em 2014, a linha Yeezy se tornou um fenômeno cultural, não apenas impulsionando as vendas da Adidas, mas também alterando a percepção sobre a colaboração entre marcas de moda e artistas. A coleção, que combinou design inovador com estratégias de marketing eficazes, se destacou por sua exclusividade e apelo. O impacto financeiro e cultural gerado por essa parceria é um reflexo da capacidade de um artista como Ye de influenciar a indústria.

Com o acordo em vigor, a Adidas está determinada a liquidar seu estoque da linha Yeezy. A estratégia envolve a venda de produtos a “preço de custo”, o que significa que os preços serão significativamente reduzidos. A marca visa não apenas reduzir suas perdas financeiras, mas também garantir que os produtos sejam utilizados de alguma forma, contribuindo para a responsabilidade social. Parte dos lucros gerados será destinada a organizações que atuam contra o racismo e o antissemitismo, demonstrando um compromisso com questões sociais relevantes.