O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (16) que muitos não gostariam que o governo lançasse o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. 

Em seu discurso durante o evento de lançamento do programa, no fim da manhã, ele criticou a forma como a imprensa e o mercado tratam políticas sociais, frequentemente vistas como gastos.

“Está cheio de gente que não gostaria que a gente estivesse fazendo isso, e essa gente vai estar notando para ver se estamos fazendo direito”, afirmou o presidente do país.

Prosseguindo em suas falas, Lula também apontou que iniciativas sociais enfrentam resistência na mídia e no mercado. 

“É um problema que repercute nas manchetes de jornais, nos editoriais de jornais, no chamado mercado. Toda vez que a gente está cuidando de fazer política social é tratado como gasto. Isso não é à toa. Essa foi uma doutrina de palavras criadas para induzir a gente a determinados erros”, disse o petista.

Ao falar sobre investimentos em educação, Lula criticou os baixos salários dos professores. “Salário merreca para pessoa que toma conta de 40 crianças na sala de aula, ou de 50”, declarou.

Na mesma ocasião, o presidente Lula também criticou a descontinuidade de programas lançados durante as gestões do PT nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

“Historicamente, a gente semeia, a gente aduba, a gente joga água, e quando a gente sai, vem alguém e destrói tudo com a maior desfaçatez”, declarou Lula.

O presidente ainda lamentou a falta de resistência diante do desmonte de políticas públicas.
“E mais incrível é que não há reação do movimento contra a destruição”, acrescentou.