Novas revelações sobre o esquema de criptomoedas criado por Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik do Bitcoin”, foram destacadas na edição do Fantástico do último domingo (15). O golpe resultou em um prejuízo de R$ 45 milhões para o ex-jogador do Corinthians, Jucilei da Silva.

Em 2022, a pirâmide de criptomoedas montada por Valdevino da Silva foi noticiada. Na época, foi descoberta uma rede de mais de 100 CNPJs para aplicar fraudes com ativos digitais fictícios. Segundo investigações da Polícia Federal, o esquema movimentou ilegalmente R$ 4 bilhões. 

Uma das empresas criadas, a Forcount, tinha alcance internacional e contratou o ator uruguaio Nestor Nunez para interpretar o falso CEO Salvador Molina. Na realidade, Valdevino era quem comandava o esquema.

Em depoimento, Fabiano Emídio, oficial da Polícia Federal em Nova York, descreveu a operação como um “teatro” destinado a enganar clientes em potencial. O caso está sendo investigado nos Estados Unidos, e Nestor Nunez já se declarou culpado de conspiração para cometer fraude eletrônica, com pena máxima de 20 anos de prisão.

O esquema causou um prejuízo de R$ 50 milhões, afetando mais de 15 mil pessoas no Brasil, incluindo o ex-jogador Jucilei e outros famosos, como Sasha Meneghel e seu marido, João Figueiredo, que perderam R$ 1,2 milhão em outra empresa ligada a Valdevino, a Rental Coins.

Prisão de Valdevino da Silva

O “Sheik do Bitcoin” foi preso preventivamente em novembro de 2022 e mantido na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Em junho de 2023, Valdevino passou a responder ao processo em liberdade.

Entretanto, no mês de agosto, ele foi detido novamente por violar medidas cautelares e retomar suas operações ilegais, inclusive com a participação de ex-colaboradores.

O esquema de Valdevino atraía vítimas com a promessa de rendimentos de até 13,5% ao mês em um suposto negócio de locação de ativos digitais, um retorno muito acima do padrão, especialmente considerando a volatilidade do mercado de criptomoedas. 

O negócio começou a desmoronar há cerca de dois anos, quando ele deixou de cumprir as promessas feitas aos clientes, expondo o golpe.