Após uma série de inadimplências e negociações frustradas que resultaram em ações de despejo contra a WeWork, ao menos dois fundos imobiliários (FIIs) anunciaram acordos com a empresa de espaços de coworking e o recebimento de aluguéis em atraso.

O fundo TRNT11, responsável pela gestão do condomínio Torre Norte, no Centro Empresarial Nações Unidas, em São Paulo, reportou o pagamento do aluguel referente ao mês de julho, com impacto de R$ 0,18 por cota. 

Apesar disso, a gestão não esclareceu se os valores dos meses de maio e junho, também em atraso, foram quitados. O fundo está atualmente realizando um retrofit no edifício e, em assembleia, aprovou a retenção parcial dos dividendos ao longo do segundo semestre.

Por sua vez, o fundo ALMI11 confirmou a quitação dos aluguéis referentes aos meses de maio, junho e julho, o que resultou em um impacto positivo de R$ 7,47 por cota. Apesar disso, o fundo não detalhou se houve renegociações sobre os valores ou o espaço locado. 

Proprietário de 40% do Edifício Torre Almirante, localizado no centro do Rio de Janeiro, o ALMI11 revelou que estava buscando uma solução amigável com a WeWork, sua maior locatária individual, responsável por 40% da receita do fundo.

Embora o ALMI11 registre uma vacância superior a 55%, o fundo está otimista com novos projetos de revitalização do centro do Rio, como a recriação da Bolsa de Valores da cidade, o que pode aumentar a ocupação de lajes corporativas na região.

FIIs x WeWork

Entre os fundos imobiliários que reportaram inadimplência e tomaram medidas legais, pelo menos quatro anunciaram a abertura de ações de despejo contra a WeWork:

  • RCRB11 – edifício Girassol 555, na Vila Madalena, em São Paulo;
  • VINO11 – edifício OF 585, nos Jardins, em São Paulo;
  • VRTM11 – edifício Seelinger, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio;
  • VVMR11 – edifício One Eleven, na Vila Olímpia, em São Paulo.

Em relação ao VINO11, o FII informou ter obtido uma liminar que prevê o despejo da WeWork em até 15 dias, caso a empresa não efetue o pagamento dos aluguéis em atraso.

Por outro lado, a WeWork declarou que ainda não recebeu notificações formais de despejo e afirmou que está buscando renegociar os contratos com os fundos imobiliários e outros proprietários. A empresa ressaltou que essas negociações visam alcançar termos “mutuamente benéficos e que estejam mais alinhados com as atuais condições de mercado”.