O Banco Central do Brasil lançou a primeira edição da nova pesquisa Firmus, revelando projeções de inflação superiores às estimativas do Boletim Focus. A pesquisa, realizada com 92 empresas não-financeiras, apresenta uma visão detalhada das expectativas econômicas para os próximos anos. 

Projeções de inflação da pesquisa Firmus

A pesquisa Firmus revelou que a expectativa de inflação para 2024 é de 4,0%, tanto para 2025 quanto para 2026. Esses números superam as estimativas do relatório Focus, que apontavam uma inflação de 3,89% para 2024, 3,77% para 2025, e 3,60% para 2026. Esse aumento nas projeções sugere um cenário de inflação mais desafiador do que o inicialmente previsto pelas previsões do mercado.

Expectativas para o PIB

Além das projeções de inflação, a pesquisa Firmus também forneceu uma previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que o PIB brasileiro cresça 2% em 2024, um pouco abaixo da projeção de 2,01% apresentada pelo relatório Focus. Esse dado é importante para entender o ritmo de crescimento econômico esperado, especialmente em um período de ajuste fiscal e de política monetária.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa Firmus foi conduzida entre 13 e 31 de maio de 2024 e envolveu um total de 92 empresas não-financeiras. O levantamento apontou que os desvios-padrão das expectativas de inflação também foram superiores aos da pesquisa Focus. Isso indica uma maior dispersão nas previsões de inflação entre as empresas, o que pode refletir incertezas econômicas ou diferentes expectativas sobre a política monetária e fiscal.

Sentimento econômico das empresas

Os resultados da pesquisa Firmus também revelaram o sentimento das empresas em relação à economia. De acordo com a pesquisa:

  • 35,9% das empresas se consideram neutras em relação à situação econômica atual.
  • 33,7% das empresas têm uma visão discretamente positiva.
  • 28,3% estão discretamente negativas.

Quanto às expectativas de crescimento real em comparação com o PIB:

  • 34,8% esperam crescimento discretamente acima do PIB.
  • 30,4% esperam crescimento em linha com o PIB.
  • 17,4% esperam crescimento discretamente abaixo.
  • 13,0% preveem crescimento fortemente acima.
  • 4,3% esperam crescimento fortemente abaixo.

Expectativas de custos e preços

Em relação aos custos de mão de obra e preços dos produtos, os resultados foram os seguintes:

Custos de mão de obra:

  • 46,7% esperam um aumento entre 4% e 6%.
  • 34,8% projetam aumento entre 2% e 4%.
  • 13,0% preveem aumento acima de 6%.
  • 5,4% esperam aumento entre zero e 2%.

Variação nos preços dos produtos:

  • 41,3% esperam que os preços dos seus produtos fiquem em linha com o IPCA.
  • 32,6% esperam alta discretamente acima do IPCA.
  • 16,3% esperam alta discretamente abaixo do IPCA.
  • 6,5% preveem aumento fortemente acima do IPCA.
  • 3,3% preveem aumento fortemente abaixo do IPCA.

Expectativas de margem de resultados

Quanto às margens de resultados, os dados são os seguintes:

  • 37,0% das empresas esperam que a margem de resultados fique em linha com a atual.
  • 34,8% esperam um nível discretamente acima.
  • 21,7% esperam um nível discretamente abaixo.
  • 3,3% esperam um nível fortemente acima ou fortemente abaixo.