Diante dos últimos acontecimentos desta semana, que causaram caos nas bolsas globais, o mercado tem mantido uma postura cautelosa, avaliando possíveis sinais de fraqueza na atividade econômica dos Estados Unidos. Com isso, os bancos foram levados a aumentar as taxas dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados. Até o dia 5 de agosto, por exemplo, era possível encontrar títulos bancários oferecendo rendimentos de até 13,34%.

Vinicius Romano, especialista em renda fixa da Suno Research, disse gostar dos títulos bancários por “sua capacidade de oferecer maior previsibilidade à carteira”, afirmou.

Por sua vez, Leandro Ormond, analista da gestora de patrimônio Aware Investments, lembra que a remuneração desses papéis “geralmente tem um prêmio de risco em relação aos títulos públicos e eles ainda carregam a vantagem da proteção do FGC”, explicou.

Através de uma análise realizada pela Quantum Finance, foram mapeadas as emissões de CDBs entre 22 de julho e 5 de agosto. A comparação com a quinzena anterior, de 5 a 19 de julho, mostrou um aumento expressivo nas taxas dos prefixados.

Os papéis com vencimento em dois anos passaram a pagar, em média, 11,93% ao ano, em comparação aos 11,08% da quinzena anterior. Da mesma forma, a remuneração dos prefixados de três anos subiu de 11,95% para 12,34%.

Já nos prazos mais curtos, também foram observadas altas significativas. A taxa média para papéis de seis meses subiu de 9,93% para 10,11%, e para um ano, de 10,98% para 11,12%.

Além disso, todas as taxas mínimas e máximas registraram aumentos, assim como o número de títulos emitidos para cada vencimento, que subiu de 36 para 49, refletindo o crescimento no total de prefixados disponíveis.

CDBs pós-fixados

Sobre as taxas dos ativos bancários indexados ao CDI, foram apresentados movimentos distintos dependendo do prazo de vencimento. Em contrapartida, os papéis de prazo mais longo ofereceram uma remuneração maior, os títulos de vencimento mais curto viram uma queda nas suas taxas.

Para os papéis com vencimento em dois anos, a taxa média subiu para 100,42% do CDI, comparada aos 99,88% registrados na quinzena anterior. Em contraste, os títulos com prazo de seis meses experimentaram uma queda significativa na remuneração média, que passou de 104,50% do CDI para 100,49%.

Sobre os CDBs de inflação 

Os bancos reduziram o ritmo na emissão de CDBs atrelados ao IPCA após um período de aumento constante na emissão desses papéis. Apesar dessa desaceleração, o volume de emissões permanece considerável, com 30 novos títulos lançados.

Por fim, nos papéis com vencimento em dois anos, a taxa média oferecida foi de 6,17% acima do IPCA, superando o juro real médio de 6,06% observado na quinzena anterior. Por outro lado, os CDBs com prazo de três anos apresentaram uma queda na taxa média, passando de 6,10% para 5,98%.