Privatização da Sabesp: por que o governo vendeu a R$ 67 e as ações foram a R$ 87
Na última terça-feira (23), o governo de São Paulo concluiu a privatização da Sabesp (SBSP3), levantando R$ 14,8 bilhões. A oferta pública de ações (IPO) da maior empresa de saneamento do Brasil causou surpresa no mercado, com as ações sendo vendidas a R$ 67 e rapidamente atingindo R$ 87. Para os investidores que já possuíam […]

Na última terça-feira (23), o governo de São Paulo concluiu a privatização da Sabesp (SBSP3), levantando R$ 14,8 bilhões. A oferta pública de ações (IPO) da maior empresa de saneamento do Brasil causou surpresa no mercado, com as ações sendo vendidas a R$ 67 e rapidamente atingindo R$ 87.
Para os investidores que já possuíam ações da Sabesp, as mudanças resultantes da privatização são, em grande parte, burocráticas. Com a venda, o governo paulista reduziu sua participação na empresa de 50% para 18%. Essa mudança na estrutura acionária pode resultar em maior eficiência e redução de custos operacionais, o que é positivo para o valor futuro das ações. Além disso, uma nova política de dividendos, que deverá entrar em vigor em 2026, promete uma redistribuição mais vantajosa dos lucros.
Para os próximos dois anos, não se deve esperar grandes retornos em dividendos da Sabesp. De acordo com Luan Alves, da VG Research, a partir de 2026, a empresa começará a distribuir dividendos maiores. A expectativa é que o dividend yield anual fique entre 2% e 3%, refletindo a maior eficiência operacional e a reestruturação da empresa. Portanto, investidores devem se preparar para um período inicial sem grandes proventos, com a perspectiva de melhores retornos a partir do médio prazo.
Embora o preço das ações tenha subido consideravelmente após a oferta, analistas acreditam que ainda há oportunidades para retornos adicionais. A expectativa é que a Sabesp feche o desconto em relação à Base de Remuneração Regulatória, resultando em retornos positivos para os acionistas no curto e médio prazo. A Genial Investimentos recomenda a compra das ações com um preço-alvo de R$ 77, enquanto a Levante elevou o preço justo para R$ 140.
O mercado tem grandes expectativas em relação à privatização da Sabesp. A transição para uma empresa privada deve melhorar a eficiência operacional e permitir o crescimento em novos mercados devido à alta demanda por saneamento no Brasil. No entanto, existem riscos associados, como a possibilidade de que os ganhos de eficiência sejam menores do que o esperado e pressões regulatórias e jurídicas que podem impactar a empresa. O Partido dos Trabalhadores, por exemplo, moveu uma ação no STF contra a privatização, o que pode introduzir incertezas adicionais.