Economista propõe cobrança de 2% sobre a riqueza dos bilionários
Durante a participação na Trilha de Finanças do G20, o economista francês e diretor do Observatório Fiscal Europeu (European Tax Observatory), Gabriel Zucman, fez uma proposta inovadora que visa a aplicação de uma alíquota mínima de 2% sobre a riqueza dos bilionários. Zucman, que esteve presente no encontro dos ministros das Finanças do G20 no […]

Durante a participação na Trilha de Finanças do G20, o economista francês e diretor do Observatório Fiscal Europeu (European Tax Observatory), Gabriel Zucman, fez uma proposta inovadora que visa a aplicação de uma alíquota mínima de 2% sobre a riqueza dos bilionários. Zucman, que esteve presente no encontro dos ministros das Finanças do G20 no Brasil, destacou a importância dessa medida em uma entrevista concedida a jornalistas.
“A proposta de uma cobrança mínima de 2% sobre a riqueza de bilionários pode parecer modesta, mas teria um impacto significativo. Acredito que podemos ser mais ambiciosos nesse sentido”, afirmou Zucman, ressaltando a relevância de uma tributação justa e equitativa para garantir a sustentabilidade econômica global.
Com cerca de 3 mil bilionários atualmente no mundo, Zucman enfatizou a necessidade de uma abordagem colaborativa para implementar essa medida. O economista foi convidado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a compartilhar suas ideias na 1ª Reunião de Ministros de Finanças e presidentes de Banco Central do G20, realizada no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
A proposta de Zucman está alinhada com a visão do ministro Haddad, que durante o evento defendeu a criação de um sistema tributário global mais justo. “Precisamos garantir que os bilionários contribuam de maneira adequada com os impostos, e uma tributação mínima global sobre a riqueza pode desempenhar um papel fundamental nesse processo”, afirmou Haddad.
Apesar do apoio de diversos países, a proposta ainda está em fase de análise pelo G20. Zucman destacou a possibilidade de ajustes graduais na alíquota, visando assegurar uma tributação equilibrada e não regressiva. Para evitar a evasão fiscal, ele sugeriu que o pagamento seja vinculado ao país de residência ou de origem dos bilionários, garantindo uma distribuição justa das receitas geradas.
Compromisso com a Justiça Fiscal
Na mesma linha, Haddad reforçou a importância da cooperação internacional para combater estratégias de evasão fiscal. “É essencial unir esforços para garantir que os super-ricos contribuam de forma justa com os impostos e que não explorem brechas no sistema tributário”, ressaltou o ministro da Fazenda.
O debate sobre a tributação dos bilionários continua em pauta no encontro do G20, refletindo a busca por soluções eficazes para promover a justiça fiscal e o desenvolvimento sustentável em escala global.