Copom reduz Selic a 11,25%, menor nível desde março de 2022
O Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciou, em sua última reunião encerrada nesta quarta-feira (31), a quinta redução consecutiva na taxa básica de juros. A Selic, que iniciou seu ciclo de cortes em agosto de 2023, agora atinge 11,25% ao ano, seu menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75%. De […]

O Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciou, em sua última reunião encerrada nesta quarta-feira (31), a quinta redução consecutiva na taxa básica de juros. A Selic, que iniciou seu ciclo de cortes em agosto de 2023, agora atinge 11,25% ao ano, seu menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75%.
De acordo com o comunicado oficial divulgado pela instituição, os membros do Comitê preveem novas reduções nos próximos encontros, indicando que esse ritmo é adequado para manter uma política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. A magnitude total do ciclo de flexibilização dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, componentes sensíveis à política monetária e atividade econômica, expectativas de inflação, projeções e balanço de riscos.
O comportamento da inflação é um dos principais indicadores que reforçam a expectativa de novos cortes nos juros. O IPCA fechou 2023 em 4,62%, dentro do intervalo estipulado pelo BC. As projeções para 2024, divulgadas no Boletim Focus, indicam uma estimativa de 3,86% para o IPCA e mantêm a previsão da Selic em 9% para o final deste ano e 8,5% para dezembro de 2025.
O contexto econômico traz à memória o período entre março de 2021 e agosto de 2022, quando o Copom elevou a Selic em 12 ocasiões consecutivas. Entre agosto de 2022 e agosto de 2023, a taxa permaneceu em 13,75% ao ano por sete reuniões, gerando tensões entre o presidente Lula (PT) e o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Documento da XP fala sobre os impactos da Selic a 11,25% na renda fixa
Embora a renda fixa apresente geralmente uma queda quando as taxas de juros são reduzidas, o atual patamar de dois dígitos ainda se mostra promissor para o mercado de investimentos. A XP destaca em um comunicado que, mesmo com os cortes recentes, as taxas de juros nominais permanecem elevadas, mantendo as taxas reais atrativas.
Por isso, a próxima reunião do Copom é aguardada pelos analistas. A equipe de economistas da XP espera esclarecimentos sobre a continuidade da política monetária nos próximos meses. A possibilidade de retirar o plural das “próximas reuniões” poderia indicar um movimento mais acentuado de queda nos vértices mais curtos da curva, sinalizando uma aceleração do afrouxamento monetário pelo BC.
A XP projeta uma taxa de 10,75% (-0,50p.p.) para a próxima reunião em março, com uma probabilidade entre 89% a 92%. Entretanto, alerta que mudanças nos cenários podem ocorrer ao longo do ano, especialmente se o Banco Central perceber um discurso mais rígido do Federal Reserve em relação ao anterior. A equipe também considera a possibilidade de um corte maior, de 0,75 pontos percentuais, com uma probabilidade entre 6% a 8%.