Na última quarta-feira (13), após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o Brasil cedeu sua posição de liderança no ranking mundial de juros reais, com a redução da taxa básica para 11,75% ao ano.

Conforme apontado pelo Portal MoneYou, o juro real brasileiro agora está em 6,11% ao ano, situando-se abaixo do registrado no México, que atingiu 6,58%. A nova posição contrasta com a situação observada na reunião de novembro, quando o Brasil ocupava a primeira colocação com uma taxa de 6,9% ao ano.

A queda no ranking reflete uma combinação de fatores, incluindo a projeção de inflação para os próximos 12 meses, estimada em 3,9% de acordo com o relatório Focus do Banco Central, e as taxas de mercado de 12 meses à frente, utilizando o contrato de Depósito Interbancário no dia da reunião do Copom.

O movimento global de aperto monetário perdeu força, e a tendência predominante entre os bancos centrais é a manutenção das taxas. Segundo o levantamento do portal, de 176 países, 81,82% optaram por manter as taxas, enquanto 8,52% as elevaram e 9,66% as reduziram. No ranking de 40 países, 92,5% mantiveram as taxas, 5% as elevaram e 2,5% as cortaram, incluindo o Brasil.

Em termos nominais, o Brasil permanece na sexta posição. As maiores taxas ao ano, de acordo com o portal, são registradas na Argentina (133%), Turquia (40%), Rússia (15%), Colômbia (13,25%) e Hungria (13%).

Entre as principais economias, os Estados Unidos apresentam uma taxa de juro real de 1,63% ao ano, enquanto a China registra 0,61%. Apenas seis países do levantamento mantêm juros reais negativos, incluindo o Japão (-2,63%) e a Argentina (-23,49%).

Juros reais x Juros nominais

Na abordagem nominal, o banco informa a taxa de juros que será aplicada ao longo do tempo, conforme descrito no contrato. Em outras palavras, é a rentabilidade prometida no momento da contratação. Contudo, é preciso cautela, uma vez que a inflação do período de aplicação só será conhecida no futuro, impossibilitando o cálculo preciso no momento da contratação.

Por outro lado, a abordagem real leva em consideração os juros já ajustados com a taxa de inflação que impacta o investimento e a moeda em determinado período. Essa taxa de juros real representa a rentabilidade efetiva, descontando a taxa de algum índice de preços, como o IPCA, durante o prazo em que o capital esteve aplicado.

A distinção crucial entre esses dois conceitos reside na consideração da inflação. Enquanto a taxa de juros nominal é divulgada sem descontar o efeito da inflação, a taxa de juros real incorpora a variação dos preços no período, revelando o verdadeiro ganho ou perda de poder de compra do dinheiro investido.