No cenário de transição para 2024, as ações brasileiras podem encontrar um respiro após um ano marcado por turbulências decorrentes de uma política monetária mais agressiva na principal economia global. A XP, em seu relatório sobre as melhores classes de ativos para o próximo ano, expressa otimismo em relação à Bolsa do Brasil.

A XP destaca que uma possível alteração na política monetária dos Estados Unidos, com o Federal Reserve considerando iniciar um ciclo de corte de juros no meio do ano, pode favorecer a renda variável em países emergentes, com o Brasil sendo um destaque. Os especialistas da XP ressaltam a posição favorável do Brasil no ciclo monetário global, além de métricas fundamentalistas indicando que o mercado brasileiro está subvalorizado.

XP antecipa efeitos positivos na bolsa e nos fundos de investimento em 2024

A empresa projeta que a redução da taxa Selic pode atrair investimentos para fundos, como multimercados e de ações, apesar das saídas líquidas registradas ao longo do ano. A XP sugere um potencial aumento no Ibovespa, alcançando até 142 mil pontos no final de 2024.

A XP demonstra otimismo em relação ao setor de agronegócio, destacando a resiliência dos produtores diante de preços mais baixos da soja e do milho. No entanto, adota uma postura menos otimista em relação às ações de mineração e siderurgia, prevendo um ano desafiador.

Quanto à alocação de investimentos, a XP sugere um mix entre ações e fundos imobiliários, além de fundos multimercados locais, impulsionado pelo ciclo de cortes de juros. A preferência da XP é pela renda fixa atrelada à inflação diante do cenário de otimismo na renda variável local.

Cenário internacional

Enquanto a visão interna é otimista, a XP adota uma postura cautelosa em relação ao cenário internacional. A empresa destaca o Brasil e a China como os únicos países com perspectivas atrativas, enquanto adota uma visão neutra para Europa, Reino Unido, Japão e mercados emergentes, e uma visão negativa para os Estados Unidos.

A XP delineia dois cenários prováveis para a economia global em 2024, com a possibilidade de manutenção da resiliência vista em 2023 ou um período de crescimento fraco e recessão. Em meio a essas incertezas, a empresa considera a renda fixa global atrativa, especialmente nos EUA, embora destaque riscos relacionados à duração dos títulos e spreads de crédito em títulos corporativos de alto rendimento.