Toda revolução tecnológica busca a evolução e o aprimoramento da sociedade como um todo, seja no campo médico, militar, educacional, entre outros. Porém, como todo desenvolvimento, traz consigo um bônus e um ônus.

Com a Inteligência Artificial (IA) não é diferente — e, ao que parece, todos os efeitos, tanto positivos quanto negativos, são potencializados.

O surgimento da I.A

O termo Inteligência Artificial, ao contrário do que muitos pensam, foi usado pela primeira vez em 1956, durante a Conferência de Dartmouth, nos EUA. O professor de Stanford John McCarthy, um dos organizadores do evento, utilizou o termo para descrever o objetivo de criar máquinas que pudessem exibir inteligência semelhante à humana.

Imagem: John McCarty

Em 1959, surgiram alguns algoritmos genéricos, denominados “evolução automática”. Esses algoritmos introduziam pequenas mutações em sistemas para observar possíveis melhorias. Apesar dos esforços conjuntos de cientistas e empresas privadas, os resultados ainda eram insatisfatórios.

Na década de 1960, a primeira aplicação prática começou a tomar forma: traduzir conteúdos do programa espacial russo “Sputnik”. Contudo, com as limitações tecnológicas da época, as pesquisas perderam relevância. Foi apenas nos anos 1980 que os chamados “sistemas especialistas” ganharam força, com destaque para aplicações médicas que simulavam decisões clínicas.

A verdadeira revolução, no entanto, começou em 2010, com a era do deep learning, impulsionada pela disponibilidade massiva de dados e pelo avanço da computação — liderada por empresas como Google, Facebook e Amazon.

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As aplicações atuais da Inteligência artificial

O grande marco da IA atual foi o surgimento da plataforma ChatGPT, com capacidade de raciocínio lógico e resolução de problemas em alto nível, sendo hoje essencial em diversos setores produtivos.

Atualmente, vemos exemplos como veículos autônomos, entregas por drones, análise de exames por imagem, criação de softwares e diversas outras atividades realizadas integralmente por sistemas de IA. Esse avanço trouxe enorme ganho de produtividade para empresas, autônomos e governos — mas também veio acompanhado da substituição massiva de empregos.

Foto: Reprodução Uber
 Drone de entrega da Meituan, gigante chinesa que desenvolveu um sistema de entrega por drones em Xangai. Foto: Reprodução

Algumas das estimativas sobre a substituição de empregos

InstituiçãoEstimativaInterpretação
Goldman Sachs6% a 7% dos empregos podem ser substituídos diretamente pela IA.Setores com tarefas repetitivas e estruturadas são os mais vulneráveis.
OCDE (OECD)28% dos empregos nos países desenvolvidos estão em risco.Ocupações com alto grau de padronização e repetição são mais expostas.
Fundo Monetário Internacional40% dos empregos globais podem ser “afetados” pela IA.Nem todos serão eliminados, mas muitos passarão por mudanças significativas.
International Labour Organization25% dos empregos estão “expostos” à IA generativa.Parte considerável do mercado de trabalho sofrerá transformações substanciais.

5 profissões em risco com a IA

1. Tradutores e dubladores


Ferramentas de tradução simultânea e dublagem automática com sincronização labial (lip sync) tornaram a função tradicional obsoleta em diversos contextos.

2. Atendentes de telemarketing


Chatbots e assistentes virtuais já desempenham, com eficiência, funções de atendimento e vendas, reduzindo drasticamente a necessidade de humanos nesses processos.

3. Profissionais de contabilidade


Em países com sistemas tributários simples, essa profissão está desaparecendo rapidamente. No Brasil, ainda resiste, mas a automação avança sobre funções repetitivas.

4. Digitadores e operadores de entrada de dados


Essas funções já são quase inexistentes em mercados desenvolvidos. A IA é capaz de gerar textos e inserir dados com precisão e em escala.

5. Caixas de supermercado


Lojas com autoatendimento e tecnologias como a Amazon Fresh estão eliminando a necessidade de operadores de caixa, reduzindo custos e aumentando a eficiência.

Imagem gerada por OpenIA / Chatgpt

5 profissões que estão seguras com a IA

1. Profissionais de educação infantil


A interação humana nessa fase da vida é insubstituível. Pais e responsáveis não aceitam a substituição por máquinas, mesmo com supervisão.

2. Profissionais da enfermagem


Cuidado, empatia e sensibilidade são insumos fundamentais. Coleta de exames, higiene e apoio emocional ainda dependem exclusivamente de humanos.

3. Líderes religiosos


Atividades espirituais, aconselhamento e condução de rituais são, por natureza, humanas e baseadas em empatia, fé e confiança.

4. Chefes executivos (C-Level)


Decisões estratégicas e liderança de pessoas em ambientes corporativos ainda exigem julgamentos humanos complexos e visão holística.

5. Advogados


Além das petições e audiências, o trabalho jurídico envolve confiança, negociação, interpretação e sensibilidade — elementos que a IA ainda não domina.

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Profissões potencializadas com a IA

  • Cientistas e pesquisadores: análise de dados e simulações complexas aceleradas pela IA.
  • Assessores de investimentos e profissionais financeiros: IA auxilia no mapeamento de riscos, oportunidades e personalização de carteiras.
  • Médicos e especialistas em saúde: diagnóstico por imagem, triagem e predição de doenças com apoio de sistemas inteligentes.
  • Profissionais de tecnologia (Dev, Data, IA): automação de tarefas, detecção de bugs e desenvolvimento assistido.
  • Profissionais de marketing e vendas: campanhas personalizadas, previsão de comportamento e automação de funis de venda.
Imagem gerada por OpenIA / Chatgpt

O papel dos profissionais na nova era digital

A Inteligência Artificial representa a maior revolução tecnológica desde o surgimento da internet. Seu desenvolvimento é rápido, eficaz e, muitas vezes, autônomo. Embora várias profissões estejam sob risco, muitas outras estão surgindo — e os bons profissionais continuarão a ter espaço no mercado.

Assim como as locadoras deram lugar ao streaming e os filmes fotográficos às câmeras digitais, a evolução é inevitável e fascinante. Cabe a nós nos adaptarmos e aproveitarmos as novas oportunidades. Profissionais que usarem a IA como aliada vão ampliar sua produtividade, criatividade e valor no mercado.

O futuro já começou — e quem acompanhar essa transformação, será recompensado.

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Joao Victor Capatto Rabelo

João Victor Capatto Rabelo é sócio e assessor de investimentos na InvestSmart. Médico veterinário por formação, atuou na área por 8 anos antes de fazer a transição de carreira. Suas áreas de interesse incluem finanças e, especialmente, criptoativos. Tem um apego especial à educação financeira e como objetivo de vida, ajudar as pessoas a entenderem sobre o mercado financeiro.