A CVC Corp (CVCB3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 62,5 milhões no terceiro trimestre de 2025, consolidando a trajetória de recuperação da maior operadora de turismo do país. O desempenho veio acompanhado de Ebitda ajustado de R$ 130,5 milhões e uma margem Ebitda recorde desde 2019, sinais de que a empresa começa a colher resultados dos ajustes operacionais, reestruturações internas e melhora gradual da demanda por viagens.

Os números chegaram em um momento estratégico: a companhia intensificou desde outubro suas campanhas da CVC Friday, versão própria da Black Friday, com descontos e cashback para impulsionar reservas no quarto trimestre, período historicamente decisivo para o setor.

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A recuperação da CVC

O trimestre reforçou a percepção de que a CVC conseguiu estabilizar suas operações após anos de turbulência financeira. O lucro ajustado acima de R$ 60 milhões é resultado direto de:

  • aumento na eficiência operacional,
  • melhor gestão de custos,
  • mudança no mix de produtos vendidos,
  • e leve crescimento de receita, ainda que abaixo do ritmo desejado.

A receita líquida da companhia ficou em torno de R$ 376 milhões, avanço de pouco mais de 3% frente ao mesmo período do ano anterior. Embora o faturamento tenha evoluído de forma moderada, a qualidade do lucro chamou mais atenção do mercado do que o volume de vendas.

A companhia também reduziu despesas financeiras, graças à menor alavancagem e maior previsibilidade de caixa; um dos gargalos mais sensíveis para o setor de turismo.

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Impacto nas ações CVCB3

A reação do mercado aos números foi marcada por volatilidade. Relatórios apontaram tanto altas pontuais quanto sessões de realização após o balanço, refletindo um ambiente de expectativa elevada.

O investidor de CVCB3 segue atento a três fatores:

  1. Crescimento de receita: ainda limitado e abaixo do que parte do mercado esperava.
  2. Sustentação das margens: ponto forte do trimestre, mas dependente de execução comercial no fim do ano.
  3. Conversão da Black Friday: com impacto direto no quarto trimestre, tradicionalmente mais forte para a companhia.

Apesar da oscilação, analistas apontam que os fundamentos melhoraram, trazendo espaço para uma possível reprecificação caso o último trimestre confirme avanço consistente nas reservas e no fluxo de caixa.

Cotação atual das ações CVCB3:

Análise estrutural do trimestre

Crescimento de reservas e volume transacionado

O volume total de vendas e reservas cresceu em ritmo moderado, sustentado principalmente por:

  • aumento na procura por viagens internacionais,
  • retomada gradual de pacotes nacionais,
  • e maior conversão de vendas em canais digitais.

Mesmo sem explosão de volume, o resultado mostrou um comportamento mais saudável, com aumento de ticket médio e vendas mais rentáveis.

Take Rate e rentabilidade por Produto/Segmento

A margem Ebitda elevada indica ganho de eficiência e avanço no take rate da CVC. Entraram no trimestre:

  • maior participação de pacotes completos,
  • crescimento de serviços acessórios (seguros, upgrades, assistência),
  • expansão do cross-sell e upsell,
  • e maior peso de canais com menor custo de distribuição.

Essa equação elevou a rentabilidade por reserva e ajudou a empresa a entregar lucro mesmo sem forte aceleração de receita.

Impacto do câmbio e do ambiente econômico

O ambiente macroeconômico exerceu influência, mas não foi o protagonista do trimestre. O câmbio relativamente estável ajudou a manter demanda internacional, enquanto a renda disponível da classe média impulsionou viagens domésticas.

O principal vetor positivo, porém, veio de gestão interna, custos e mix, e não necessariamente do ambiente externo; uma notícia que o mercado costuma interpretar como sinal de recuperação estrutural.

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Planejamento e expectativas para a CVC Friday

A CVC Friday tem papel central na estratégia comercial da companhia. Em 2025, a empresa antecipou ações desde outubro, apostando em:

  • descontos agressivos em pacotes nacionais e internacionais,
  • cashback para fidelizar clientes e estimular recompra,
  • parcelamentos facilitados e condições especiais de pagamento,
  • campanhas omnichannel, integrando lojas físicas, site e aplicativo,
  • pacotes com benefícios extras (como upgrades ou bônus em serviços).

A lógica por trás da estratégia é clara:

  • converter demanda represada,
  • aumentar ticket médio,
  • ampliar base de clientes para 2026,
  • e gerar caixa imediato, essencial para o ciclo operacional da companhia.

Se bem executada, a CVC Friday deve elevar tanto o volume quanto a qualidade das vendas no quarto trimestre, abrindo caminho para um fechamento de ano mais forte; algo que investidores monitoram de perto.

CVC avança em rentabilidade e prepara ofensiva comercial decisiva

O 3º trimestre confirmou que a CVC está mais eficiente, mais rentável e mais previsível. O lucro ajustado acima de R$ 60 milhões e a margem recorde reforçam que a empresa vive uma fase de reorganização bem-sucedida.

A performance da CVC Friday será o divisor de águas para o humor do mercado no fim do ano. Se a operadora conseguir transformar volume promocional em reservas de alta margem, a CVCB3 pode consolidar um ciclo positivo de resultados e ganhar tração nas recomendações.

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