O volume de serviços no Brasil apresentou uma queda de 0,9% em fevereiro, decepcionando as expectativas de crescimento. Essa redução, conforme dados divulgados pelo IBGE, representa um retrocesso após três meses de resultados positivos consecutivos. Essa variação inesperada reflete nuances nos setores de serviços profissionais, administrativos, informação e comunicação, entre outros.

Fevereiro em queda

No mês de fevereiro, o setor de serviços enfrentou desafios significativos, com quatro das cinco atividades pesquisadas registrando desempenho negativo. O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares, por exemplo, recuou 1,9%, em parte devido à ausência de receitas relacionadas ao pagamento de precatórios. Além disso, o setor de informação e comunicação encolheu 1,5%, influenciado pelo arrefecimento do mercado após o fim da preparação para o início do ano letivo.

Sinal amarelo nos setores de transporte e turismo

Transportes:

No setor de transportes, fevereiro apresentou resultados mistos. Enquanto o volume de transporte de passageiros registrou quase uma estabilidade, com um acréscimo de 0,1% em relação a janeiro, o transporte de cargas teve uma queda significativa de 1,4% após um período de crescimento no mês anterior.

O transporte de passageiros acumulou seu segundo resultado positivo consecutivo, demonstrando uma tendência de estabilização, apesar dos desafios enfrentados pelo setor. Por outro lado, o transporte de cargas sofreu uma reversão após o avanço de 0,8% em janeiro, refletindo possíveis flutuações na demanda e na atividade econômica.

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o transporte de passageiros registrou uma queda de 5,7% em relação ao mesmo período de 2023. Enquanto isso, o transporte de cargas cresceu 5,5% no mesmo intervalo, indicando disparidades nas tendências de mercado entre os dois segmentos.

Turismo:

No setor do turismo, o índice de atividades turísticas recuou 0,8% em fevereiro, em comparação com janeiro, marcando o segundo mês consecutivo de queda e gerando uma perda acumulada de 1,8%. Essa diminuição nas atividades turísticas contribuiu para a redução geral no volume de serviços no país.

Regionalmente, houve um equilíbrio relativo, com seis dos 12 locais pesquisados acompanhando a retração nacional. Destaca-se que São Paulo, Santa Catarina, Ceará e Minas Gerais foram os estados mais impactados negativamente, enquanto Distrito Federal e Bahia registraram os principais avanços.

No acumulado do primeiro bimestre de 2024, as atividades turísticas apresentaram uma expansão de apenas 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, sinalizando desafios persistentes no setor em meio a incertezas econômicas e de saúde pública.