Vendas de novas moradias nos EUA disparam em agosto e superam expectativas

As vendas de novas moradias nos EUA tiveram alta de 20,5% em agosto, atingindo 800 mil unidades anualizadas, acima das expectativas.

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25 de set, 2025 às 08:30
Conjunto de casas residenciais com jardim bem cuidado e um aviso de venda de imóvel da imobiliária Wunderlich Realty em uma rua tranquila. Foto: David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images

As vendas de novas moradias nos EUA registraram forte alta em agosto, contrariando as projeções de analistas e reforçando a importância do setor imobiliário na economia americana. Segundo dados do Departamento de Comércio, houve crescimento de 20,5% no mês, o que levou a taxa anualizada ajustada sazonalmente a 800 mil unidades. O resultado surpreendeu o mercado, já que economistas consultados pela Reuters esperavam uma desaceleração para cerca de 650 mil.

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Vendas acima do esperado

O desempenho de agosto não foi apenas expressivo, mas também melhor do que os números revisados de julho, que passaram de 652 mil para 664 mil unidades. Em comparação com o mesmo mês de 2024, houve expansão de 15,4%.

Esse crescimento mostra que a procura por imóveis novos segue aquecida, mesmo diante das incertezas sobre a atividade econômica. Para investidores e interessados no setor imobiliário, o dado reforça o peso que as políticas de crédito e juros têm sobre o comportamento dos consumidores nos Estados Unidos.

Queda nas taxas impulsiona mercado imobiliário

O impulso para as vendas de novas moradias nos EUA veio principalmente da redução das taxas de financiamento imobiliário. A popular hipoteca de 30 anos caiu para 6,26%, o menor nível em 11 meses, de acordo com a Freddie Mac. Em janeiro, a taxa estava em 7,04%, o que limitava a capacidade de compra de muitas famílias.

A mudança nas condições de crédito está diretamente ligada à política monetária do Federal Reserve (Fed). O banco central americano cortou recentemente sua taxa de referência em 25 pontos-base, estabelecendo o intervalo de 4,00% a 4,25%. Além disso, projetou novas reduções graduais ao longo de 2025, o que tende a manter o custo do financiamento em trajetória de queda.

Para quem acompanha o mercado imobiliário, esse cenário abre espaço para aquecimento das vendas nos próximos meses, especialmente em regiões que tradicionalmente concentram maior demanda, como a Costa Oeste e o Nordeste dos EUA.

Fragilidade do mercado de trabalho pode limitar ganhos

Apesar do avanço, analistas alertam que o fôlego do setor imobiliário pode encontrar barreiras no enfraquecimento do mercado de trabalho. Nos três meses até agosto, os Estados Unidos criaram em média apenas 29 mil empregos fora do setor agrícola por mês, bem abaixo da média de 82 mil registrada no mesmo período do ano anterior.

A menor geração de postos de trabalho tende a reduzir a confiança das famílias e sua capacidade de assumir financiamentos de longo prazo, como é o caso das hipotecas. Assim, mesmo com juros mais baixos, a sustentação das vendas dependerá da recuperação do emprego e da renda disponível.

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