A Tesla (TSLA34)  registrou sua primeira queda nas vendas ano a ano desde os primeiros dias da pandemia de Covid. Nesta terça-feira, a fabricante de veículos elétricos informou que entregou 386.810 veículos nos primeiros três meses de 2024.

Os números ficaram aquém da estimativa média dos analistas, que esperavam 449.080 entregas. Como resultado, as ações da Tesla caíram 5,5%, para US$165,54, às 9h33 em Nova York. No ano, as ações já recuaram cerca de 33%.

Analistas de Wall Street rapidamente revisaram suas projeções para as entregas da empresa sediada em Austin, à medida que o primeiro trimestre chegava ao fim.

A Tesla atribuiu o declínio do volume ao aumento inicial da produção de seu Modelo 3 atualizado. Além disso, mencionou “desvios de navios causados pelo conflito do Mar Vermelho” e um incêndio criminoso em sua fábrica em Berlim.

Preocupações com a demanda

Uma das maiores preocupações da Tesla era a demanda do consumidor. As altas taxas de juros mantiveram alguns compradores à margem, e a empresa alertou os investidores de que está “entre duas ondas de crescimento”.

No mês de fevereiro, o CEO Elon Musk postou que “a maioria das pessoas não gosta de comprar carros no meio do inverno”, ao oferecer um incentivo de US$1.000.

Além disso, a montadora começou a fazer experiências com publicidade e aumentou os esforços para educar os consumidores sobre sua linha de produtos.

A empresa não divulga detalhes das vendas trimestrais de veículos por região, mas os Estados Unidos e a China são há muito tempo seus maiores mercados.

A Tesla fabrica os Modelos S, X, 3 e Y em Fremont, Califórnia, e os Modelos 3 e Y em Xangai. Também produz o Modelo Y em suas fábricas em Austin e fora de Berlim. O Modelo Y e o Modelo 3 representaram 96% das entregas no quarto trimestre.

A Tesla ampliou seu portfólio no final do ano passado com o lançamento do Cybertruck revestido de aço inoxidável nos Estados Unidos. No entanto, a empresa não divulgou quantos Cybertrucks produziu e entregou.

Título de maior vendedora

Apesar dos desafios enfrentados, a Tesla conseguiu recuperar o título de maior vendedora de veículos elétricos do mundo, após ter sido ultrapassada pela chinesa BYD Co.

No primeiro trimestre, a BYD vendeu 300.114 veículos elétricos a bateria em todo o mundo, conforme anunciado pela montadora na segunda-feira. Incluindo híbridos e outros automóveis de novas energias, a empresa chinesa comercializou 626.263 unidades durante o período.