Zelensky e a interferência nas eleições dos EUA: Trump alega apoio democrata
Em uma recente declaração durante um comício na Pensilvânia, Donald Trump afirmou que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deseja que os democratas vençam as eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2024. Essa afirmação destaca a crescente tensão política nos EUA, especialmente em um período em que a Ucrânia continua enfrentando a invasão russa. Trump, que busca reconquistar a presidência, prometeu que, se eleito, “trabalhará pela paz” entre Ucrânia e Rússia, em contraste com os aliados democratas que defendem uma postura de apoio firme à Ucrânia.
Durante o comício, Trump não poupou críticas a Zelensky, chamando-o de “o maior vendedor da história” e insinuando que suas visitas aos EUA resultaram em bilhões de dólares em assistência financeira para a Ucrânia. “Toda vez que ele vem ao país, ele sai com 60 bilhões de dólares”, disse Trump, evidenciando sua percepção de que Zelensky está manipulando a situação em seu favor. Essa declaração, embora impactante, levanta questões sobre a postura dos EUA em relação à guerra e o papel que as eleições desempenham na política externa.
A campanha da vice-presidente Kamala Harris não demorou a responder, criticando Trump por não se manifestar a favor da vitória da Ucrânia na guerra contra a Rússia. Morgan Finkelstein, porta-voz da campanha, enfatizou a importância do apoio dos EUA à Ucrânia, afirmando que uma retirada poderia abrir caminho para que Putin “estivesse sentado em Kiev, de olho no resto da Europa e em nossos aliados da Otan”. Essa resposta ilustra a polarização em torno do tema, com ambos os lados da política americana utilizando a questão da Ucrânia como um trunfo eleitoral.
Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, os EUA e seus aliados forneceram bilhões de dólares em assistência à Ucrânia e impuseram sanções severas a Moscou. A ajuda militar e financeira tem sido um ponto focal do debate político nos EUA, com Trump frequentemente descrevendo essa assistência como um desperdício de recursos. A guerra na Ucrânia não apenas impactou a política interna, mas também influenciou as relações internacionais, levando a uma reavaliação da posição dos EUA na segurança global.
Enquanto isso, Zelensky, que participa da 79ª Assembleia Geral da ONU, fez um apelo por uma ação decisiva dos EUA para acelerar o fim da guerra no próximo ano. Ele defendeu a ideia de que um comprometimento mais forte dos Estados Unidos poderia mudar o rumo do conflito. No entanto, o gabinete de Zelensky não respondeu imediatamente aos comentários de Trump, evidenciando a complexidade das relações entre os dois líderes.
Trump mencionou a possibilidade de se encontrar com Zelensky durante sua visita aos EUA, mas, segundo fontes próximas ao ex-presidente, nenhuma reunião foi agendada. Essa falta de comunicação direta entre os líderes desde a presidência de Trump (2017-2021) pode ser vista como um reflexo das tensões atuais nas relações internacionais.
No final de semana, Zelensky também visitou uma fábrica de armas na Pensilvânia, acompanhado pelo governador democrata Josh Shapiro, o que gerou reações de descontentamento entre os aliados de Trump. Esta visita destacou a importância do apoio dos eleitores de origem leste-europeia, especialmente na Pensilvânia, um estado que possui uma significativa população polonesa e ucraniana. Ambas as campanhas estão competindo por esse bloco de eleitores, cientes de que suas decisões poderão impactar o resultado das eleições.