O que Trump pode fazer no primeiro dia na Casa Branca
No primeiro dia de sua presidência, Donald Trump pode anunciar até 100 ordens executivas, abrangendo áreas como imigração, comércio e energia.

Com a posse de Donald Trump como o 47º presidente dos Estados Unidos marcada para esta segunda-feira, 20 de janeiro, o mundo aguarda ansiosamente pelas primeiras ações de sua nova administração. Segundo fontes da imprensa americana, Trump pode assinar até 100 ordens executivas em seu primeiro dia no cargo, tratando de temas como imigração, economia, energia e política externa. As medidas podem ter impactos diretos não apenas para os EUA, mas para a política global.
Imigração
Uma das áreas que Trump promete atacar de imediato é a imigração. Em sua campanha, ele afirmou que lançará “o maior programa de deportação da história americana”. O presidente eleito pretende implementar um canal para denúncias anônimas de imigrantes ilegais, além de acabar com uma política que limita as operações das autoridades federais em locais como igrejas e escolas.
Uma de suas promessas mais polêmicas é o fim da cidadania por direito de nascimento, um direito constitucional garantido pela 14ª Emenda. Trump chamou o direito de “ridículo” e se comprometeu a eliminá-lo, embora tal ação requeira uma mudança na Constituição, o que torna a medida bastante difícil de ser implementada de forma imediata.
Além disso, espera-se que o novo presidente utilize uma lei de 1944, que permite restringir a migração para proteger a saúde pública, para fechar ainda mais a fronteira com o México. Durante a pandemia, essa lei foi usada para justificar o fechamento das fronteiras, e Trump pode fazer uso dessa prerrogativa logo após sua posse.
Por fim, Trump pode tomar medidas para finalizar a construção do muro na fronteira sul dos EUA, uma promessa de sua primeira campanha presidencial que permanece incompleta, com vários trechos ainda por serem erguidos.
Economia e comércio
Em relação à economia, Trump tem planos audaciosos. Ele prometeu impor tarifas de 10% sobre todas as importações, 25% sobre produtos vindos do México e do Canadá, e até 60% sobre mercadorias da China. A expectativa é que ele comece a assinar ordens executivas para estabelecer essas tarifas em seu primeiro dia no cargo. A medida visa proteger a indústria americana e fortalecer o mercado interno, mas também pode gerar tensões comerciais com os países afetados.
Outra medida econômica que Trump pode implementar é a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin. O ex-presidente afirmou que essa reserva seria um “ativo nacional permanente” destinado a beneficiar todos os americanos, um conceito que chama a atenção, especialmente por seu caráter inovador. A criação dessa reserva de Bitcoin pode transformar a moeda digital em uma espécie de “ouro digital”, ajudando a diversificar as reservas de ativos dos Estados Unidos.
Clima e energia
Outro ponto central da agenda de Trump diz respeito à energia e ao meio ambiente. Trump tem sido um crítico feroz das políticas ambientais de Joe Biden, especialmente no que tange à transição para uma economia de baixo carbono. Espera-se que ele revogue várias das normas ambientais estabelecidas por Biden para promover empregos verdes e combater as mudanças climáticas.
Trump também pode suspender as restrições de perfuração em terras federais e vetar novos projetos de energia eólica, além de cancelar benefícios fiscais para veículos elétricos — o que poderá desagradar grandes empresários como Elon Musk, da Tesla.
Outra ação que Trump pode realizar rapidamente é retirar os EUA do Acordo Climático de Paris, uma decisão que reverteria o reengajamento dos Estados Unidos no esforço global para combater o aquecimento global, iniciado por Biden.
Perdões e política externa
Em relação à política externa, Trump tem se mostrado disposto a desfazer muitas das ações de Biden. O ex-presidente já afirmou que pretende acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia logo em seu primeiro dia, embora alguns analistas prevejam que essa questão possa levar mais tempo para ser resolvida.
Além disso, Trump declarou que pode restabelecer sanções contra a Venezuela, que haviam sido suavizadas durante o governo Biden. Outro ponto de sua agenda internacional seria restaurar Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo, medida que pode reacender tensões com os aliados latino-americanos.
Diversidade e gênero
Em um movimento que deve causar controvérsia, Trump também pode usar ordens executivas para acabar com o financiamento federal de programas relacionados à diversidade, equidade e inclusão nas escolas. Outra proposta polêmica é a de barrar mulheres trans de competirem em esportes femininos, um tema que tem gerado intensos debates nos EUA e no mundo.
Trump também poderá restabelecer a política que proíbe o financiamento federal para grupos internacionais que fornecem aconselhamento sobre aborto, um tema sensível para muitos ativistas de direitos humanos.
TikTok
Entre as medidas mais aguardadas, Trump anunciou que “provavelmente” adiaria por três meses a proibição do TikTok nos EUA, que havia saído do ar no país no dia 18 de janeiro. Trump afirmou que um anúncio sobre o assunto ocorrerá logo em seu primeiro dia oficial na Casa Branca. Isso significa que, ao menos por enquanto, o aplicativo chinês pode continuar operando nos Estados Unidos, ao menos até que novas decisões sejam tomadas.