Trump nomeia Kevin Marino Cabrera como embaixador dos EUA no Panamá
Donald Trump nomeou Kevin Marino Cabrera, comissário de Miami-Dade, como o novo embaixador dos Estados Unidos no Panamá.
Trump nomeia Kevin Marino Cabrera como embaixador dos EUA no Panamá
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira a nomeação de Kevin Marino Cabrera, comissário do condado de Miami-Dade, para o cargo de embaixador dos EUA no Panamá. A decisão gerou reações internacionais, especialmente após ameaças feitas por Trump sobre o controle do Canal do Panamá, um dos pontos mais estratégicos das relações entre os dois países. A escolha de Cabrera reflete um esforço para fortalecer os laços econômicos e políticos dos Estados Unidos com a América Latina, além de gerar uma nova dinâmica nas negociações diplomáticas com o Panamá.
A nomeação de Kevin Marino Cabrera
Donald Trump, que assume o cargo em 2025, descreveu Cabrera como um “lutador feroz pelos princípios do America First”. O comissário de Miami-Dade, um político de destaque com profundo entendimento da política latino-americana, foi escolhido para representar os interesses dos EUA no Panamá, país com o qual os Estados Unidos possuem relações diplomáticas desde 1903. Em sua rede social, Truth Social, Trump elogiou a trajetória de Cabrera, destacando seu papel no crescimento econômico da região e nas parcerias internacionais, essenciais para a política externa dos EUA.
A nomeação de Cabrera ocorre em um momento tenso nas relações entre os Estados Unidos e o Panamá, depois que Trump fez duras críticas à gestão do Canal do Panamá, território que foi controlado pelos EUA até 1999. A transição de soberania do Canal para o Panamá tem sido uma fonte constante de discussões sobre a forma como os EUA são tratados no país, especialmente no que diz respeito às tarifas e ao controle das rotas comerciais.
A ameaça de retomada do controle do Canal do Panamá
Trump, conhecido por sua abordagem assertiva em relação à política externa, lançou recentemente uma ameaça de retomar o controle do Canal do Panamá. A declaração gerou controvérsias e reacendeu debates sobre a soberania do país centro-americano sobre a via aquática. Trump acusou o Panamá de estar “roubando” os Estados Unidos no Canal, sugerindo que os EUA estavam sendo forçados a investir milhões de dólares em “reparos”, enquanto o país não tinha influência sobre a gestão do canal.
Embora o Panamá seja soberano sobre o canal desde 1999, Trump sugeriu que a presença de tropas chinesas na região, embora não oficialmente no controle do canal, estaria causando problemas para os interesses americanos. Em uma postagem no Truth Social, Trump afirmou que os soldados chineses estavam “operando ilegalmente” no canal, uma acusação que foi prontamente refutada pelas autoridades panamenhas.
O presidente panamenho, José Raúl Mulino, rebateu as alegações de Trump, destacando que a China não tem controle sobre a administração do canal. Mulino explicou que uma subsidiária da empresa hongkonguesa CK Hutchison Holdings, há muito tempo, administra dois portos nas entradas do Canal no Caribe e no Pacífico, mas isso não significa que a China tenha influência na operação do canal em si. A resposta de Mulino sublinha a firmeza do Panamá em manter a soberania sobre o Canal, um ativo vital para a economia global.
O impacto da nomeação de Cabrera nas relações EUA-Panamá
A nomeação de Kevin Marino Cabrera tem implicações significativas para o futuro das relações entre os Estados Unidos e o Panamá. Se confirmada pelo Senado, Cabrera será responsável por representar os interesses americanos em um país com o qual os EUA têm uma parceria complexa, marcada por questões econômicas, comerciais e de segurança. Cabrera é visto como alguém com experiência em questões latino-americanas e, por isso, é considerado apto para lidar com os desafios diplomáticos que surgem dessa relação.
Por um lado, a nomeação de Cabrera pode ser vista como uma tentativa de Trump de fortalecer os laços econômicos com o Panamá e outras nações latino-americanas. No entanto, o recente confronto sobre o Canal do Panamá pode gerar tensões, principalmente com a resposta do governo panamenho, que afirmou que as políticas de Trump não interferem nas relações diplomáticas estabelecidas entre os dois países.