A recente escalada de tensão entre Israel e Irã reacendeu um embate interno no governo norte-americano, colocando o ex-presidente Donald Trump no centro de uma disputa entre suas promessas de campanha e as pressões por uma resposta mais dura na política externa.

Enquanto setores da direita defendem apoio militar direto a Israel, apoiadores influentes do “American First” criticam a possibilidade de maior envolvimento dos EUA no Oriente Médio.

Greene, Carlson e Kirk pressionam por coerência

Nomes de peso dentro da base trumpista, como a deputada Marjorie Taylor Greene, o comentarista Tucker Carlson e o ativista Charlie Kirk, usaram suas redes e canais de comunicação para lembrar que, em 2024, Trump prometeu evitar novas guerras. Eles temem que uma guinada militar contradiga esse compromisso e fragilize o apoio interno à campanha.

Charlie Kirk, por exemplo, alertou em publicação na rede X que a política externa é hoje “o ponto mais divisivo da direita americana”. Já Greene demonstrou apoio público a Carlson, reforçando que ambos compartilham a rejeição a guerras e intervenções no exterior.

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Decisões recentes de Trump reacendem desconfiança na base

A insatisfação se intensificou após Trump retornar de forma inesperada da Cúpula do G7 para Washington, em meio à tensão crescente entre Irã e Israel. O ex-presidente fez declarações diretas, pedindo evacuação de Teerã e insinuando que os EUA sabem onde está o líder supremo iraniano.

A exigência por uma “rendição incondicional” também gerou desconforto entre seus seguidores mais nacionalistas. Esses sinais provocaram especulações sobre uma possível ampliação do envolvimento dos EUA no conflito, inclusive com apoio logístico ou armamentista às forças israelenses.

Enquanto isso, figuras como o senador Lindsey Graham (R-SC) defendem que os EUA devem ir “com tudo” contra o Irã, inclusive com fornecimento de bombas antibunker e ações conjuntas com Israel. A proposta contrasta fortemente com a retórica isolacionista que fortaleceu a base de Trump desde sua eleição em 2016.

Bannon alerta para risco de ruptura na coalizão Maga

O ex-estrategista da Casa Branca, Steve Bannon, também entrou na discussão, alertando que uma nova guerra poderia implodir a coalizão eleitoral de Trump. “Isso atrapalha a prioridade número um: a deportação em massa”, disse ele ao lado de Carlson, destacando que o foco deveria estar na agenda migratória e econômica doméstica.

Impasse geopolítico pode virar armadilha eleitoral

Trump tenta manter o discurso firme diante do Irã, mas sem perder o apoio dos ultraconservadores que o elegeram. O dilema evidencia uma contradição central: como sustentar o discurso de força sem repetir os erros de envolvimento militar que criticou em administrações anteriores?

Com a eleição se aproximando, cada passo em direção a um conflito pode custar caro — tanto em popularidade quanto em coerência política.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.