Irã rejeita ultimato dos EUA e alerta para consequências graves
Khamenei rompe silêncio e reage às ameaças de Trump.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, se manifestou publicamente pela primeira vez desde o início da ofensiva israelense contra alvos iranianos. Em pronunciamento lido por um apresentador na televisão estatal nesta quarta-feira (18), Khamenei rejeitou veementemente o ultimato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exigia a rendição total do Irã.
“Aqueles que conhecem a história e o espírito da nação iraniana jamais se dirigiriam a ela em tom ameaçador”, afirmou o líder, ressaltando que qualquer envolvimento direto dos EUA no conflito resultará em “danos irreparáveis”.
A ausência de Khamenei diante das câmeras levantou suspeitas em Teerã e no exterior. Na véspera, Trump havia insinuado que o líder iraniano seria “um alvo fácil” e chegou a afirmar que os Estados Unidos sabiam onde ele “se escondia”, embora tenha garantido que não pretendem eliminá-lo “por enquanto”.
Washington sob pressão: agir ou recuar?
Enquanto o mundo observa, cresce a expectativa sobre os próximos passos dos EUA. No passado recente, Washington atuou para evitar a escalada de conflitos entre Israel e Irã. No entanto, com o impasse nas negociações sobre o programa nuclear iraniano e a decisão de Israel de agir unilateralmente, a possibilidade de um confronto regional voltou ao centro do debate.
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, autorizou ataques que vão além do programa atômico iraniano, mirando também estruturas defensivas e figuras-chave da liderança militar do país. Entre os alvos prioritários, estaria o próprio Khamenei.
Rússia e Turquia adotam discursos estratégicos
A movimentação militar americana no Oriente Médio também acendeu o alerta em Moscou. O vice-chanceler russo, Serguei Riabkov, afirmou que qualquer ofensiva americana desestabilizaria a região. Ele lembrou ainda os riscos representados por grupos armados locais e pela ameaça terrorista global.
Apesar de não haver cláusula de defesa mútua entre Irã e Rússia, os dois países mantêm uma aliança estratégica. Riabkov reiterou que Moscou está disposta a atuar como mediadora e até como depositária do urânio enriquecido excedente iraniano.
Na Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan declarou que o Irã tem o direito de se defender. Embora seja adversário de Teerã e aliado dos EUA na Otan, Erdogan tem reforçado esse discurso, voltado principalmente à sua base conservadora islâmica.
Escalada ou diplomacia?
A crescente tensão entre as potências e os desdobramentos no Oriente Médio colocam o mundo diante de um cenário delicado. Com o fracasso das negociações nucleares e o aumento das hostilidades, a comunidade internacional acompanha com apreensão os próximos movimentos de Washington e seus aliados.
Com informações divulgadas pela Folha de S. Paulo.
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