A Telecom Italia finalizou com sucesso a venda de sua unidade de negócios de infraestrutura de rede fixa e atacado para a gestora de investimentos americana KKR, em uma transação monumental avaliada em 22 bilhões de euros (cerca de R$ 132 bilhões). A decisão, anunciada em 2023, foi recentemente aprovada por reguladores antitruste europeus, marcando um marco significativo no setor telecomunicações global.

Esta transação representa mais do que uma simples alienação de ativos para a Telecom Italia. Ao se desfazer dessa divisão, a empresa reduziu consideravelmente sua alavancagem financeira, caracterizada por uma histórica baixa, com quase zero de dívida líquida, excluindo arrendamentos. A medida não só fortalece sua posição financeira, mas também redefine suas estratégias futuras, influenciando diretamente na alocação de capital e nas políticas de dividendos.

Analistas estão otimistas quanto aos possíveis impactos positivos para a TIM Brasil, controlada pela Telecom Italia. Com a controladora italiana agora menos alavancada, a TIM Brasil pode explorar novas oportunidades estratégicas, como aquisições estratégicas ou até mesmo aumentos na distribuição de dividendos. Este movimento segue a trajetória da TIM Brasil em buscar expansão por meio de transações estratégicas, exemplificada pela compra de parte da operação móvel da Oi em 2022.

Apesar das expectativas positivas geradas pela redução da alavancagem da Telecom Italia, o ambiente de alto custo de capital no Brasil e os incentivos fiscais para estruturas de capital com menor alavancagem podem limitar os benefícios imediatos para a TIM Brasil. O contexto econômico nacional continuará a influenciar as estratégias de crescimento e distribuição de valor das empresas de telecomunicações atuantes no mercado brasileiro.

*Este texto tem viés informativo e não configura recomendação de compra ou venda de ativos